terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Direitos Humanos!

Partilhamos sempre tanta coisa nas redes sociais, escrevemos muitas palavras nos blogues e outras coisas mais. Mas por vezes, verdadeiras coisas que devem ser partilhadas, não o são!
Hoje encontrei este filme e logo pensei em partilhá-lo.
Por isso vou deixar as palavras de lado e deixo-vos o video!



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lágrima


Sentei-me na varanda de minha casa, sob o luar da lua crescente e do brilho das estrelas.
Uma suave brisa passa por mim. Perguntei-lhe onde encontrara tamanha doçura, tamanho amor e sorriso. Mas a brisa suave não me respondeu e eu perdi-me nos meus pensamentos. De novo a suave brisa passou por mim e eu perguntei-lhe qual a razão do seu silêncio, da sua frieza. Mas de novo ela não me respondeu e eu perdi-me de novo na profundidade dos meus pensamentos. De olhos no infinito esperei conseguir encontrar uma resposta.
A noite fria de inverno faz-se sentir e eu recolho-me no meu canto. A sala repleta de pequenas e grandes memórias fazem-me sentir uma nostálgica saudade. Bocados de mim, retalhos da minha vida. Tudo aquilo me fere o coração, me deixa triste e com saudades. Mas o tempo passou e a vida mudou. Já nada daquilo existe, ficando somente a recordação.
A longitude dos tempos faz aumentar ainda mais a mágoa de não ter dito o que meu coração sentia, de não ter aproveitado o momento, vivendo-o de forma passageira e sem lhe dar a importância devida.
Toda esta nostálgica saudade enche os meus olhos de água e lágrima cai no meu rosto. A lágrima da saudade, a lágrima da alegria, a lágrima da felicidade e da tristeza. A lágrima dos momentos bons e dos maus momentos, das dores e dos momentos de prazer.
Toda a minha vida ouvi a afirmação de que o homem não chora. Mas o homem chora. Chora sentidamente, chora com profundidade, chora e derrama pesadas lágrimas.
E esta lágrima, caída no chão, dissolve-se e com ela os sentimentos que a fizeram correr. No silêncio da queda de uma lágrima, um enorme grito sai do coração de quem a derrama. No silêncio do desaparecimento da lágrima, o enorme brado dos sentimentos.
Pudera o homem conseguir descobrir o segredo contido em cada lágrima, o seu significado, o seu porquê. Mas essas coisas são impossíveis ao homem que somente se preocupa em conhecer o significado das coisas mais inúteis, mais fúteis, mais ocas, mais vãs…
E eu, na minha inocente tentativa de compreender aquilo que não é compreensível…
Mas esta lágrima que cai, não é uma lágrima de tristeza, dor. Mas uma lágrima de saudade completada pela felicidade de uma vida vivida, de momentos de enorme alegria, de enorme gozo. Uma lágrima pelos bons amigos que a vida me deu, pelas pessoas que se cruzaram na minha vida, pelos sorrisos que vi florescer e renascerem de um poço profundo. É uma lágrima profunda, de amor e satisfação.
Toda a minha vida olhei para o lado negro: os momentos de dor, os momentos de solidão, os momentos de abandono. Mas, agora, sentado no meio de tanta recordação, de tanta coisa boa, eu vejo que o lado negro resume-se a quase nada. E eis que a lágrima cai, grossa, pesada e quente no chão e no meu rosto um sorriso.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Uma moedinha pró Santo Cavaco


Portugal está virado do avesso com as últimas afirmações do Presidente da República. Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República desde 2006, disse aos Portugueses, na passada sexta-feira, dia 20 de Janeiro de 2012, que a sua reforma não irá chegar para pagar as suas despesas e que terá que recorrer ao seu “pé-de-meia” para pagaras despesas.
Segundo a minha pesquiza, Aníbal Cavaco Silva recebe uma pensão de 10.042€ e uma reforma de 1300€ (aqui). Segundo a mesma fonte, Cavaco Silva terá prescindido do ordenado de Presidente da República. Quanto a este ponto, tenho só a dizer que é uma atitude louvável, pois muitos não o fariam.
Mas o leite foi derramado, novamente!
Aquando da lei da união por parte de pessoas do mesmo sexo, Cavaco Silva aprovou a lei, mesmo dizendo-se cristão e defensor dos valores cristãos. Ora, para mim, esta foi a primeira vez que Cavaco Silva derrubou o cântaro do leite. Bem sei, que se ele rejeitasse a lei, esta iria novamente ao parlamento e se depois de uma segunda rejeição à mesma, esta seria aprovada, ou não, em assembleia parlamentar. Mas Aníbal Cavaco Silva ter-se-ia reafirmado como cristão e assim demonstraria a todo o país quais os seus verdadeiros valores. Talvez não o tenha feito para não ser chamado de velho do restelo, ou outras coisas mais…
Mas também para quê acusar o Presidente da República de não se afirmar como cristão, se o próprio povo, que na sua grande maioria se diz cristão (segundo o Anuário Católico da Conferência Episcopal Portuguesa de 2008 e a revista ‘Focus’ de 21 a 27 de Dezembro de 2011, nº 636, 88% da população portuguesa é cristã), aquando do referendo sobre o aborto votou a favor? Existe uma grande contradição entre o ser e o agir como cristão.
Bem, depois deste pequeno desvio, voltemos ao “leite derramado”.
Com a afirmação de que a sua reforma mal chega para pagar as despesas, Aníbal Cavaco Silva fez nascer a revolta nos portugueses. Se com uma reforma de 1300€ (sem falar da pensão) não consegue pagar as despesas, o que dirão pessoas com uma reforma inferior a 500€? E se são doentes e têm que comprar medicamentos caríssimos? Ou aqueles casais, cujo um dos conjugues está desempregado, e no fim do mês não têm mais de 500€ para pagar as despesas: água, luz, comida, etc? Mas infelizmente para essas pessoas a pensão tem que chegar, custe o que custar.
Agora, Cavaco Silva veio dizer que não foi suficientemente claro… Mas o povo português ouviu tão bem, sem ruídos nem interferências. Agora questiono-me, em que é que o senhor Presidente da República não foi claro? Em dizer que recebe pouquinho ou no que queria transmitir aos portugueses com a sua afirmação?
Na minha pesquiza encontrei um texto giríssimo, em que todo o país se organizou para ajudar o Presidente da República. Podem ler aqui.
Lá por casa, ainda existe uma VHS de um filme português: “O Pátio das Cantigas”. Nesse filme recordo-me de uma cena, em que as crianças lisboetas pediam para a festa de Santo António, com o seguinte refrão: “Uma moedinha pró Santo António”. Ontem, em frente ao Palácio de Belém, ocorreu um flash mob com o título “Traz uma moeda pró Cavaco”. De pano preto estendido no chão, moedas de 1, 2 e 20 cêntimos foram caindo, bem como outros produtos. Uma hora depois de terem iniciado o flash mob tentaram entregar tudo ao senhor PR Aníbal Cavaco Silva. Mas uma vez mais as autoridades impuseram-se e não deixaram que o “porquinho mealheiro” chegasse ao destinatário. Bem, ficou o “porquinho” a fazer companhia aos guardas. Um dia destes, ainda ouvimos pelas ruas lisboetas de novo o refrão de antigamente, mas um santo novo: “Uma moedinha pró Santo Cavaco”.
Ironias à parte, só tenho a dizer que esta afirmação lhe caiu mal, senhor Presidente da República. Depois não se admire que existam mais de 30000 assinaturas pedindo a sua demissão… E o povo que votou em si, não gosta de ser gozado! 



Mais links:




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Passarinho de papel!


Voa para longe,
passarinho de papel.
Abre as asas ao vento,
o coração ao mundo.
Pousa no ramo da oliveira,
bem no cume do pinheiro.

Voa para longe,
passarinho de papel.
Tece teu ninho no penhasco,
voa em direcção ao céu.
Conhece as nuvens e as estrelas,
o calor do sol, a luz da lua.

Voa para longe,
passarinho de papel.
Viaja pelos mares e continentes,
pelas serras e desertos.
Olha o mundo com teus olhos,
conhece-o com o coração.

Volta para mim,
passarinho de papel.
Traz-me aquilo que aprendeste,
diz-me aquilo que conheceste.
Traz-me recado das nuvens,
conta-me que te disse o sol.

Volta para mim,
passarinho de papel.
Conta-me como são as estrelas,
como é a luz da lua.
Que conheceste nos oceanos,
quem encontraste nos continentes.

Volta para mim,
passarinho de papel.
A janela está aberta
esperando o teu voltar.
Mata esta minha saudade
de te sentir junto a mim.

Volta para mim,
passarinho de papel.
Tenho saudades do teu chilrear,
da beleza das tuas penas.
Traz-me as palavras que te escrevi,
o segredo que só a ti contei.

Volta, passarinho de papel,
volta para junto de mim.
Volta com a tua brancura,
volta com o teu silêncio.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

Já nada disso existe!


«O meu coração é um mar de chamas que destrói tudo aquilo que construí com lágrimas, sorrisos, com dor e consolação. Destrói-me por dentro, consumindo todas as minhas forças, toda a minha vontade de apagar esse fogo consumidor. Querer amar, alegrar-me, torna-se impossível com este fogo abrasador. Mas certamente a força do amor, a fé no Deus que é Amor, apague estas chamas flamejantes, pois esses, o amor e a fé, não ardem com o fogo. Eles próprios são fogo consolador, fogo de ânimo e de energia…»
Pouso a caneta depois de findar estas palavras que escrevi numa folha branca que residia na minha mesa. Escrevo-o para desabafar. Não interessa o sentido das frases. Escrevi-as porque necessitava de escrever.
Encosto-me às costas da cadeira e olho para a enorme janela recortada do meu escritório. Lá fora a noite está no seu máximo. A Lua começa agora a surgir, apresentando-se, receosa pela sua ausência, apenas com um fiozinho, esperando que o mundo a aceite novamente. As estrelas no firmamento exibem todo o seu brilho. O orvalho começa a cair.
De novo me concentro nas palavras que escrevi anteriormente. Como podem elas ser tão contrárias aos sentimentos que invadem o meu coração, que invadem a minha mente? Confio no Amor e no amor, mas não tenho o meu coração a destruir-me por dentro. São pura mentira, pura contradição a tudo o que sinto. Rasgo a folha escrita, puxo uma em branco, molho o aparo da caneta na tinta preta e começo a escrever novamente.
Apago o candeeiro da secretária e saio do escritório. Sobre a mesa estão várias folhas escritas: escritas com o coração, com os seus sentimentos.
Percorro a casa grande e fria. Olho o salão, recordando as grandes festas, os grandes jantares, os bailes, entre tanta coisa que ali se passou. As tardes ao piano, ou os pequenos concertos ali dados para a família. Mas agora já nada disso existe.
Sobre o piano, o violino jaz. Sobre as mesas, pequenos retractos da vida outrora vivida.
Subo as escadas relembrando as vezes que imponentemente as desci, sob os aplausos e palavras de admiração. Mas agora já nada disso existe. Somente a recordação.
Agora, na minha velhice, sou esquecido. Sem mulher nem filhos, ou qualquer família chegada.
Deito-me no meu leito, abro a gaveta da mesa-de-cabeceira e retiro de lá o velho e gasto terço. Faço rodar as suas contas pelos dedos, pedindo a Deus que me guarde uma vez mais esta noite, agradecendo-Lhe por todas as graças do dia. Beijo a cruz e fecho os olhos.
O sol da manhã ergue-se no céu. Os seus raios trespassam os brancos cortinados de linho. Sobre uma velha cama de dossel, jaz um corpo. Um corpo inanimado, um corpo frio e sem vida.
Bela foi a sua vida, ainda mais bela a sua partida.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Barca...


Navego num barco sem rumo, à deriva no mar. A revolta do mar tempestuoso faz oscilar toda a minha barca. Perdi-me do mundo, naufragando neste mar num tempo tão incerto que já nem o sol nem a lua conseguem dizer.
Do meu norte perdi a Polar. O céu inunda-se de estrelas, impedindo-me de descobrir a norte. De dia o sol indica-me o seu berço e a lua, durante algumas horas da noite, o seu sepulcro. O firmamento roda por cima da minha cabeça. E eu neste belo espectáculo, sentei-me como espectador atento. E as noites e os dias passaram. A aurora boreal fez-me companhia durante algumas noites. Mas, sentado como espectador atento, perdi-me no mar da vida.
Agora, que tento encontrar o norte, perco-me, remando para o desconhecido. A noite já nem sei se é quente ou fria.
Procuro no horizonte a luz do farol, mas nem sei se remo para junto dele, se remo para longe dele.
O mar continua revoltado, fazendo oscilar cada vez mais a minha barca, salpicando o seu interior com a sua gélida água.
Enrosco-me no cobertor que me tem aquecido dia e noite, da chuva e do vento. Deito-me na barca, entregando o meu destino à sorte. Fecho os olhos e adormeço com a esperança que o mar se acalme.
A chuva começa a cair e eu vejo próximo o meu fim.
Um sol brilhante ergue-se no céu, e um enorme areal reflecte o seu brilho. Encontro-me deitado sobre a areia. Não sei se é sonho se é ilusão. Não sei se é delírio ou realidade. Fecho na minha mão um punhado de areia. Sinto os seus grãos a fugirem-me por entre os dedos. O mar está calmo e de um azul cristalino nunca visto por mim. Tento acordar deste sonho, desta ilusão. Mas a minha mente diz-me que é pura realidade. Levanto-me e olho em minha volta. A praia está deserta. Nela só residem as rochas e o segredar do mar à areia. Tudo se torna belo como um dia assim esperei. Ah, só pode ser ilusão, mera ilusão. Nada mais pode ser.
Subo as arrábidas em busca de um sinal de vida. Procuro o ponto mais alto, mas tudo o que vejo é só natureza. Do ponto mais alto, vejo a ilha deserta e sem sinal de vida.
Uma vez mais estou só, rodeado pelo silêncio de uma ilha perdida no mar, por uma ilha esquecida pelos homens.


Foto de Miguel Claro

Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

A cidade...

A noite fria envolve todo o meu ser uma vez mais.
Estou sentado no solitário banco de jardim, onde jazem as árvores despidas das suas folhas, com os ramos a dançarem com o vento, deixando cair algumas gostas do frio orvalho que cai.
Olho o céu, negro por causa das nuvens que ameaçam deixar cair lágrimas pela cidade.
Todo o meu ser está frio e sem sentido.
Levanto-me e decido passear pela cidade fria e deserta. Todas as coisas se tornam novas a meus olhos.
As lágrimas que as nuvens prometiam começaram a cair, mas em flocos de neve branca e pura. Toda a cidade fica coberta por um manto branco e cristalino, dando uma nova imagem à cidade.
As árvores, antes despidas de folhas, vestem-se agora com um manto branco. Toda a cidade se renova com um ar mais puro.
Sobre os meus ombros começa a acumular-se aquelas lágrimas cristalinas deixadas cair dos céus.
Lá longe, um mocho anuncia a todos os que se predispõem a ouvir a chegada da neve.
Deito-me sobre a minha cama, com o olhar fixo no fantástico espectáculo que decorre do lado de fora. Pego no velho Tólstoi, que reside sobre a minha cabeceira e percorro aquelas palavras que muito me deliciam. Páginas e páginas se seguem e quando dou por mim, os primeiros raios de sol aparecem no horizonte. As nuvens já não choram mais, mas a cidade tem agora sobre si a manifestação do Inverno que não queria chegar.
De pressa me visto para não perder aquele belo espectáculo. Do alto da minha casa consigo contemplar toda a cidade vestida. Uma pintura poderia retratar esta minha visão tão bem: a torre da Igreja, os telhados das casas, as árvores dos jardins, as ruas, os candeeiros, tudo coberto de neve.
Caminho pelo bosque apreciando este espectáculo da natureza que, sozinha, consegue actos que o homem nunca conseguirá.
Os esquilos saem das suas tocas, saltando de árvore em árvore, procurando as últimas reservas de comida. As raposas caminham pela neve, mostrando aos seus filhotes a beleza do inverno. Os lobos correm, la em cima do monte, divertindo-se na beleza do inverno.
A altura da neve faz com que os meus pés entrem no meio dela, esforçando-me para conseguir dar cada passo. A velha capa, que sempre me acompanhou, desliza por cima daquela beleza, apagando o rasto da minha passagem.
Os raios de sol perfuram por entre as árvores, dando uma cor viva à pureza daquele branco.
Lá longe, na cidade, começam a ouvir-se os primeiros motores dando testemunho que uma vez mais o homem destrói aquilo que a natureza constrói com tanto amor e dedicação, para surpreender o homem.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sábado, 14 de janeiro de 2012

Deixem-me rir


Deixem-me rir… Deixa-me esboçar nos meus lábios a alegria que estou a sentir. Deixa-me mostrar ao mundo o que sinto, sem me importar com o que os outros podem achar…
Deixem-me rir… Podem tirar-me tudo, mas não me tirem a vontade de rir, a vontade de amar, a vontade de sonhar. Não quero cair uma vez mais nas garras da infelicidade. Não quero mais o meu rosto obscurecido pelas trevas. Não quero mais momentos de infortúnio e de dar a conhecer tão explicitamente ao mundo o que todo o meu ser interior está a sentir.
Deixem-me rir, viver e sonhar. Deixem-me voar, quebrar as cadeias que me prendem ao mundo, que me aprisionam a tanta coisa. Só quero poder rir. Rir bem alto, para poder alegrar aqueles que estão mergulhados na infelicidade. Deixem-me rir para alegrar os que me rodeiam, para trazer luz às trevas.
Ah!, como é bom rir. Esquecer toda a tristeza e melancolia, todas as coisas que me amarram a um mundo negro e com falta de alegria.
Mas sempre vem a censura, com o seu lápis azul, para riscar aquilo que não posso fazer… Só não risquem o poder rir.
Deixem-me rir… Rir com as crianças de rua, que no meio de todo o seu infortúnio ainda conseguem rir. Rir com os jovens, rir com os adultos. Deixem-me rir com os idosos e as suas sempre infindáveis histórias que sempre gostam de recordar.
Deixem-me rir, não da desgraça dos outros, mas com a alegria dos outros. Rir por algo bom, pelas histórias do passado, pelas maravilhas do mundo…
Mas fecharam-me na cadeia, tiraram-me tudo, até a vontade de rir…
Esmoreço, caio num poço sem fundo, um poço de infelicidade… Ah, mas eu saio do poço, saio da infelicidade. Podem tirar-me tudo, podem deixar-me sem nada, mas nunca me tirarão a vontade de rir, a vontade de sonhar, a vontade de amar.
Deixem-me rir e trazer um pouco mais de alegria a este mundo. Deixem-me, mesmo que em vossos corações não haja motivo para rir, motivo para sonhar, motivo para amar. Encheram o vosso coração de sentimentos maus e pensam que podem impedir-me de amar, sonhar e rir.
Deixem-me rir, deixem-me rir, DEIXEM-ME RIR e pode ser que o mundo de alguns seja um pouco melhor!



P.S. - Este texto foi escrito a pedido de um leitor. Espero que corresponda às suas expectativas. A todos aqueles que já fiz rir, dedico-lhe este texto!
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Palavras...


As coisas vulgares que existem na vida são, sem dúvida, aquelas coisas que não deixam saudade. Mas as lembranças que doem ou fazem sorrir fazem o nosso coração sentir uma nostalgia e saudade, uma tristeza e melancolia. Mas é desses momentos que o homem é feito. É desses momentos que seremos recordados.
As palavras são vãs, fúteis, insignificantes. De nada valem as palavras que dizemos, escrevemos ou lemos. São só tinta, são só meros sons. Como queria eu que isto fosse verdade… As palavras são cheias, repletas de significado, são memória eterna do que sentimos, do que existiu. São a prova da história, a memória de alguém, os desabafos ou desatinos, as loucuras ou pensamentos profundos.
As palavras são tudo, mas são também um emaranhado que nos envolve, um labirinto sem saída. São planícies verdejantes, árvores que se erguem para o céu, aves voando no céu, um sol brilhante escondendo-se sob o horizonte deixando o céu vermelho. São um oceano azul que beija a terra. Elas são magia e encanto, ternura e afecto, alegria, amor, vida.
Mas também podem ser dias chuvosos, noites frias e horripilantes, monstros e fantasmas, ódio, rancor, mágoa. Uma espada que fere o coração, uma completa ausência. Dor, tristeza, frio e solidão. Uma lágrima que corre pelo rosto, caindo na terra esquecida.
São refúgio, são cavernas. São sentido, orientação. São a perda total de rumo e destino. São forma de expressão que só escritas conseguem dar significado ao que o coração diz.
Mas tudo isto são palavras, e quem as conhece não mais as quer deixar.
O mundo está coberto por maravilhosos escultores de palavras, que com elas fazem maravilhas nunca vistas. Expressam-se pelas palavras, amam as palavras, vivem com as palavras. E usam-nas de uma forma que se torna impossível, para mim, de compreender.
E tudo isto são palavras, com sentido ou sem. Tudo isto são expressões sentidas ou não. Tudo isto cairá no esquecimento, ou não.
Há palavras que ficam na história, na nossa história e outras que nem nos lembramos. São emoções que dão vida à saudade que trazemos, à alegria. Dias em que as palavras marcam a alma e a vida da gente. Mas tudo isto são palavras e essas levam-nas o vento!




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Pátria minha!


A densa escuridão da noite e o frio das noites invernais cercam-me no meio do nada! Para os cimos dos montes caminhei, para toda a minha terra ver. Toda a minha nação, o meu país amado esteve sobre o meu olhar. As terras de trovadores, de poetas e cantores, de heróis que partiram em busca do mundo, de reis e de santos, de homens bons e maus, estiveram aqui tão perto. Nas terras ficaram as manchas do sangue, do suor, as marcas das passadas, dos cavalos, dos carros., das lágrimas de alegria e de tristeza. Nos cumes das árvores as cantigas de amor, de revolta e de orgulho. Dentro das igrejas, a marca da nossa fé.
Mas agora chega a noite e ouvem-se os gemidos dos choros por aqueles que partiram, pelos amigos, noivos e noivas, filhos, pais… As preces que mal se escutaram por aqueles que estavam lá longe, por aqueles que partiam em busca de uma vida diferente.
Nas tascas, a velha guitarra trina, a voz dos cantores ressoa. Cantam o amor a um país que é o seu. Cantam a saudade.
Nas eiras, perdidas pelos socalcos, pelas terras planas, o cantar alegre de desfolhar.
No cume dos montes ouço a voz do povo ao qual pertenço, a voz do meu povo. Sou filho das revoluções, das guerras, de entre tantas coisas… Não, não as vivi, mas sou o fruto daqueles que as viveram.
A lua ergue-se esbelta no céu, e o clamor da terra vem até mim. Uma voz cansada pelo tempo, cansada de guerras e de delírios, de dor e angústia faz-se ecoar. Clama por paz, por amor, por liberdade. Clama por ser reconhecida, por ser amada, por ser exibida com orgulho. Chora por aquilo que dizem dela, por aqueles que a esqueceram, por aqueles que a maltratam e se envergonham dela.
Mas o seu consolo é grande: as vinhas do Douro cantam-lhe canções; as imponentes construções agradecem-lhe; o mar acarinha-a.
Do norte ao sul, de este a oeste, eu orgulho-me dela, da minha terra.
O sol nasce no horizonte, beijando os seus cumes e enchendo todas as suas planícies de luz. Esta é a minha terra, esta é a minha pátria.
Mas a voz do homem sufoca toda esta beleza. O homem exige para si aquilo que não tem direito. O homem avança e destrói. Todo um passado deixou de existir. Toda a grandeza, toda a beleza. Agora, já nada disso importa. Já nada disso é relevante.
Mas em mim nasce a esperança do homem voltar a contemplar as montanhas de Tráz-os-Montes, do sabor do sumo do Douro, da historicidade e cultura das Beiras, das cantigas do Alentejo e das águas do sul. Em mim nasce a esperança de voltar a ver erguida a minha terra, a minha pátria!




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Igreja e a pobreza


Olá amigos leitores. Hoje partilho convosco não um texto meu, mas um texto que surgiu à uns tempos no Facebook, devido a uma imagem em que rebaixava a Igreja. O autor do texto é Brayan Leandro Barros, que generosamente me deixou partilhar este texto convosco!
Deixo-vos o texto. Inicialmente pensei em fazer uma adaptação do PT/BR para PT/PT, mas achei por bem deixar o texto na íntegra.



«Oras, é muito fácil olhar uma coisa e achar "bonito" e sair espalhando por aí por...que todo mundo ta fazendo e sem procurar saber como as coisas realmente são. O mais triste é que, muitas pessoas católicas ou não e que sabem que o sistema não é assim se calam por medo e muitas vezes repassando essas mentiras que circulam por aí.
Mas agora vamos aos esclarecimentos, tudo o que está escrito aqui é verdade, existem provas e fatos.
Pra quem acha que a Igreja Católica é um lugarzinho onde os padres falam "é porque Deus quis assim e pronto" aqui vai uma informação: a Igreja Católica é a instituição com o maior número de prémios Nobel do mundo, ou seja, a Pontifícia Academia de Ciências conta com o maior número de membros laureados com prémio Nobel sendo que foram majoritariamente escolhidos como membros da Academia bem antes de serem premiados, e quem pensa que essa academia é um clubinho onde padres se reúnem ta bem enganado, muitos dos cientistas membros, provenientes de todo o mundo, não são católicos.
E como eu gosto de matar a cobra e mostrar o pau, aqui vai o link pra quem quiser olhar e verificar: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontif%C3%ADcia_Academia_das_Ci%C3%AAncias
Agora sobre a questão dessa foto que fica circulando por aí.
Sabia que a Igreja Católica é a a Maior Instituição de Caridade do Mundo?
Nossa, que contraditório isso não?
Sabia que se a Igreja Católica saísse da África 60% das escolas e hospitais seriam fechados?
Sabia que quando a epidemia de Aids estourou nos EUA e as autoridades não sabiam o que fazer eles chamaram as freiras da Igreja pra cuidar dos doentes porque ninguém mais queria fazê-lo?
Que no Brasil até 1950 quando não existia nenhuma política de saúde pública eram as casas de caridade que cuidavam das pessoas que não tinham condições de pagar um hospital?
Links:http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=jZeH9OQkFlY
http://temaspolemicosigreja.blogspot.com/2010/10/igreja-catolica-maior-instituicao-de.html
http://jornalpartilha.blogspot.com/2007/10/histria-das-ipsss-em-portugal.html
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223380820T2vFD3xo1Yc47NV1.pdf
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223380820T2vFD3xo1Yc47NV1.pdf
Agora, "por que a Igreja não vende tudo o que tem pra ajudar essas pessoas necessitadas ?"
Veja só,a Igreja não poderia vender o que ela tem nem se ela quisesse, os bens da Igreja Católica são patrimônio de Roma e dos países em que ela está presente, mas vamos pensar que a Igreja deva vender tudo, se for assim, talvez todos os museus de mundo também devam vender as suas artes pra ajudar no combate da miséria, talvez todos os países devam dar as suas riquezas, talvez todas as pessoas devam dar o que tem, talvez você deva dar o seu computador que esta usando agora para ajudar na luta contra a miséria.
E aí, que tal?
E ainda tem gente que diz que a Igreja é ignorante, que não se preocupa com a ciência, que não faz caridade, que tapa os olhos diante das coisas do mundo.
Peço desculpas se alguém se sentir ofendido, mas tudo que escrevi aqui é verdade, pode procurar além das fontes contidas aqui que você vai achar também.
Mas primeiramente quem se sentiu ofendido fui eu, porque pessoas que não sabem nada sobre a minha fé andam espalhando essas falsas informações por aí. Portanto, eu não poderia ficar calado de braços cruzados e criei essa contra campanha.
Peço aos Católicos, aqueles que são realmente Católicos e não tem vergonha nem medo de assumir isso e a todos que concordam com o que eu escrevi sendo Católicos ou não, que divulguem minha proposta pra podermos acabar com essas mentiras que circulam por aí. Se tiverem dúvida podem me incomodar, porque o que eu souber vou tentar usar pra esclarecer.
Compartilhem.

Obrigado.
Brayan Leandro Barros.»




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ainda há tradição...


Hoje, dia seis de Janeiro é dia de Reis!
Apesar de este ano a Epifania ser celebrada no próximo Domingo, dia oito, o tradicional dia de Reis é hoje. É a partir de hoje, ou melhor, essencialmente no dia de hoje que se cantam os Reis. As tão famosas Janeiras, cantadas durante todo o mês de Janeiro, passam hoje a ser cantigas aos Reis que foram adorar o Menino oferecendo-lhe ouro, incenso e mirra. Por causa destes três presentes é que, tradicionalmente, se dizem ser três Reis Magos, bem como o título de Reis, pois, na verdade, na Bíblia não vem indicado o número de Magos que foram adorar o menino nem que eram Reis: fala-se unicamente que vieram uns Magos, que seguiam uma estrela, e que quando encontraram o Menino, Lhe ofereceram ouro, incenso e mirra.
Mas para ficarem a saber o significado dos presentes, bem como outros pormenores, podem passar na mensagem de dia de Reis que escrevi há um ano (aqui).
Como está visível a todos, nos dias de hoje existe um enorme despegamento dos valores cristãos e das tradições. Contudo nem sempre isso acontece.
Ia eu hoje muito bem na rua, quando começo a ouvir cantar. É claro que esbocei um sorriso de orelha a orelha por aquilo me recordar que hoje é dia de Reis e que algumas tradições ainda são preservadas por algumas pessoas. E quando cheguei junto do grupo que ia cantando ao longo da Rua Formosa, dei conta que aquele era um grupo especial: tratava-se de um pequeno grupo da APPACDM (sabe mais aqui) que vestidos a rigor, com samarras, capuchas (podem ver aqui o que é), chapéus, etc, tocavam alegremente os bombos, acordeões, violas e ferrinhos com um refrão muito simples. E lá iam todos animados.
É bom ver que algumas pequenas tradições ainda são preservadas e que as instituições como a APPACDM promovem estas actividades com aqueles que cuidam diariamente.
E, se por acaso, hoje à noite, quando estiveres junto da lareira, a aquecer os pés, ouvires cantar à tua porta, calça as pantufas e abre a porta a esses cantadores de Reis. E se te convidarem, no fim, a que os acompanhes, não hesites, pois, para mim, é belo partir nesses pequenos convívios!
A todos, um bom dia de Reis e boas cantigas!



Aqui vem as três rosinhas
quatro ou cinco ou seis
se o senhor nos dá licensa
vimos lhe cantar os reis

Os três reis do oriente
já chegaram a Belém
visitar o Deus Menino
que Nossa Senhora tem

O menino está no berço
coberto c’o cobertor
eos anjinhos estão cantando
louvado sej’o Senhor

O Senhor por ser Senhor
nasceu nos tristes palheiros
deixou cravos deixou rosas
deixou lindos travesseiros

também deixou a abelhinha
abelhinha com o seu mel
para fazer um docinho
ao divino Emanuel



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Se Deus não me valer, que me valham os outros!


Bem, o título desta mensagem é de facto estranho…
Pois bem, vou já esclarecer tudinho.
Hoje, depois de voltar das aulas, estive por casa, mas precisei de ir à rua. Como a hora do lanche já tinha passado, resolvi ir à tão prestigiada Confeitaria Amaral comer algo.
Estava eu muito bem à espera no balcão quando olho para a parede e vejo isto:



É, podem não conseguir identificar, mas eu explico: em cima encontra-se uma pagela de Nossa Senhora e logo por baixo um olho turco.

Para quem não sabe, o olho turco é um amuleto contra o mau-olhado.
Bem, a conclusão que retirei logo foi: se Deus ou Nossa Senhora não nos valerem, ao menos não temos mau-olhado na casa!
É para rir, mas o que ressalta à vista é a falta de cultura das pessoas. Primeiro o não saberem que no cristianismo não há espaço para superstições: cruzar os dedos, bater na madeira, usar figas, ferraduras, estrelas de David, essas coisas que se costumam usar contra os “males”. Ah, bem como o ir à bruxa…
Em segundo lugar, as pessoas podem não saber o que significa o olho turco pois é algo que fica bem numa parede, no espelho do carro, num pulseira, etc… Acredito que pessoas o usem sem saber o seu significado… Mas nem todos sabemos que essa pessoa não sabe e podemos fazer um mau juízo…
Bem, não fazendo mau juízo das funcionárias, saí de lá a rir-me e a saciar-me com a minha nata :)



Achei só tanta piada a este facto que tinha de partilhar convosco.



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Jesus e a Igreja na imprensa


Na semana que antecedeu o Natal, duas revistas portuguesas decidiram falar sobre Jesus e a Igreja. É um tema sempre muito interessante e os jornalistas têm sempre muito a dizer sobre o assunto. Comprei as duas revistas, li-as e decidi fazer uma pequena reflexão sobre elas. Mas antes de começar a reflexão ou análise, como lhe queiram chamar, quero que fique bem claro que é uma análise minha, só minha, e que algumas pessoas podem discordar. Aqueles que discordarem, podem comentar e assim fazemos um balanço das opiniões.

Bem, vou começar com a revista Focus que foi a que saiu em primeiro.
Na capa da Revista Focus nº 636 da semana de 21 a 27 de Dezembro de 2011, pode ler-se na capa o seguinte título: «Conheça os 7 pecados católicos que fazem com que os portugueses se afastem da Igreja»
Bem, começando a ler o artigo referente à capa, escrito por Sofia Filipe, começamos logo por constatar uma verdade para todos nós: «Há falta de sacerdotes, as igrejas estão mais vazias e parece que a crise de valores veio para ficar.» Bem, é verdade, a crise de valores é algo contra a qual a Igreja luta diariamente. A indiferença, o carpe diem, e outras coisas mais têm levado a sociedade a romper com os antigos valores. Se podemos chamar a isto evolução, eu acho que não, mas sim um retrocesso.
Depois de uma introdução, começam por ser inumerados os “pecados”. O primeiro é o «Valor conferido à tradição». Segundo Moisés Espírito Santo «o grande handicap do catolicismo é o valor que a Igreja confere à tradição como fonte de verdade» e que esta tem o mesmo valor que os Evangelhos. Bem, eu não sei como pode a sagrada Tradição ser um pecado para a Igreja. Eu só a consigo ver como uma fonte de doutrina, uma forma de ajudar as pessoas a compreenderem certas coisas e a serem fiéis aos ensinamentos de Cristo. Se ignorássemos a sagrada Tradição, estaríamos a fugir à forma como a Igreja era dirigida nos primeiros séculos, à forma de celebrar a Eucaristia, etc. Se um padre retira uma procissão a uma paróquia, é logo um escândalo, porque é tradição. Não guardar a sagrada Tradição, seria desviarmo-nos da raiz do Cristianismo.
O segundo pecado é a «Falta de Sacerdotes». Segundo este “pecado” não há muito a dizer porque são só apresentadas estatísticas da diminuição de seminaristas e por consequência, a diminuição de sacerdotes. Volto a repetir que não sei em que que isto é pecado, mas a verdade é que a diminuição de sacerdotes tem sido prejudicial para toda a Igreja. Há uma falta de vocações e penso que umas das razões é a tal crise de valores e a opressão, o medo de arriscar, simplesmente porque a sociedade pode olhar com maus olhos.
O terceiro refere-se à «Perda de identidade social». Alfredo Teixeira afirma que «quem integra uma paróquia fá-lo porque acredita encontrar uma resposta adequada às suas necessidades». Ora, ser Católico não é a perda de uma identidade, mas a formação da mesma. É um aceitar os valores que a Igreja transmite e um assumir da sua verdadeira crença.
Sobre o quarto pecado, não tenho muito a dizer. Este refere-se aos «Escândalos de pedofilia» e posso dizer que, na verdade, este é um grande pecado para a Igreja. Bento XVI defendeu que os abusadores deveriam ser punidos pela Justiça.
O quinto pecado é a «Desarticulação entre crer e pertencer», pois, nos dias que correm, muitos são os que pertencem e não crêem, bem como os que crêem e não pertencem. «Manuel Morujão tece críticas `”falta de testemunho, de viver no concreto do quotidiano as verdades da fé, o mandamento do amor com todas as implicações práticas. A fé é para exercitar e praticar”».
O sexto pecado é aquele que me parece mais absurdo, referente ao «Afastamento de mulheres e de jovens». Neste ponto fala-se de uma descriminação da mulher na hierarquia da Igreja, o que é um completo absurdo. As mulheres têm o seu importante papel na Igreja e sempre foram auxiliadas por elas (podemos ler isso nos escritos dos primeiros séculos). E antes de a sociedade começar a ver as mulheres de maneira diferente, já a Igreja as incluía e lhes dava importantes papeis. O Concílio Vaticano II afirmou a importância da mulher na vida da Igreja (LG IV)
O sétimo e último pecado fala sobre a «Comunicação». Nunca como hoje a Igreja esteve tanto em comunicação: pela internet, televisão, rádio, livros, etc. Quem quiser tem tudo à sua disponibilidade.
Concluo esta análise com a seguinte ideia: serão pecados da Igreja ou pecados que atribuímos à Igreja como bode expiatório?

A revista Sábado nº 339 da semana de 22 a 28 de Dezembro de 2011 exibe o seguinte título: «O que a Bíblia não conta sobre Jesus: a vida misteriosa entre os 12 e os 30 anos».
O artigo referente ao título da capa, por Pedro Jorge Castro, fala sobre inúmeras possibilidades das acções de Cristo entre os 12 e os 30 anos. De todas as hipóteses apresentadas, quero só realçar duas ou três.
Segundo a Bíblia, Jesus depois de ter subido ao templo aos doze anos, de ter ficado entre os doutores e ser encontrado por seus pais, voltou para Nazaré onde crescendo em sabedoria e em graça. Seu pai adoptivo, São José era carpinteiro e terá ensinado a Jesus a sua arte. Jesus poderá ter trabalhado como carpinteiro. Deus fez-Se homem e viveu entre os homens e como os homens, por isso é possível que tenha trabalhado. Contudo fala-se que Ele terá se casado aos vinte anos, como era costume entre os judeus. Mas nada impossibilita que tenha optado pelo celibato como outros judeus contemporâneos de Jesus. Quanto às mulheres de Jesus fala-se em três: Maria de Betânia, Maria Madalena e Salomé.
Outra hipótese que surge é que ele tenha fugido de casa de seus pais, vivendo como um vagabundo e que depois tenha encontrado João Baptista com quem aprendera os ensinamentos. Bem, se bem me lembro, João Baptista não teria mais de nove meses de diferença de Jesus. E eram primos!
Uma outra tese é que Ele tenha andado pela Índia. E porque não? Não se sabe, e fazer especulações não nos leva a nada, pois caímos no risco de fazer de figura de parvo.
Achei piada a que dissessem que Bento XVI no seu livro Jesus de Nazaré não faça referência à infância de Jesus, começando logo pelo Baptismo. Ora, Bento XVI decidiu falar em primeiro lugar da vida pública de Jesus, prometendo, no prefácio, a promessa de um livro sobre as narrativas da Sua infância, reforçando essa promessa no segundo volume de Jesus de Nazaré.
Findo com a análise a cinco mini textos presentes na revista, na página 54:
Em primeiro lugar dizem que Jesus terá nascido antes da era cristã e que não foi no dia 25 de Dezembro (note-se que esta data está a negrito). Pois bem, toda a gente o sabe, como também sabe que foi uma data fixada para comemorar o nascimento de Cristo. Depois diz que Jesus teria quatro irmãos e ppelo menos duas irmãs. Se estudarem a cultura judaica naquela época, saberão que os primos eram chamados de irmãos. Seguidamente falam das línguas que Jesus falava: hebraico, aramaico, grego e latim. A última acho pouco provável, porque entre os judeus falava-se o hebraico e o aramaico e, em alguns casos, o grego. Ora o latim não estava difundido.
Peço desculpa por esta mensagem ser tão grande, mas era minha vontade falar-vos um pouco sobre as barbaridades que se escrevem e circulam pela sociedade.



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano Novo


Feliz 2012!
Hoje é o primeiro dia do ano. E para quem não sabe é o Dia Mundial da Paz e também o dia de Santa Maria Mãe de Deus.
Sobre o Dia Mundial da paz, encaminho-vos para a mensagem do Sumo Pontífice, Bento XVI (aqui).
Dia de Santa Maria Mãe de Deus é um dia dedicado à maternidade de Nossa Senhora, a Mãe de Deus. Por ela é que o Salvador veio ao mundo. E hoje, o Evangelho, fala-nos da visita dos Pastores ao Menino.
Mas, para melhor compreenderem este dia deixo-vos a homilia do Cardeal-Patriarca de Lisboa (aqui).
Pois é, as férias já acabaram e já estou de volta ao Seminário e ao trabalho. Durante as próximas três semanas será a recta final, com trabalhos e frequências decisivas e por fim, duas semanas de exames.
Findo esta pequena mensagem só para vos desejar um bom 2012 e para que os próximos 365 dias que se aproximam sejam diariamente semeados com paz, amor e alegria! Um bom Ano Novo para todos vós!


P.S. – Quero ainda lembrar nesta mensagem, o meu amigo William Brito que completa hoje 22 anos de existência, e que Deus lhe dê muitas felicidades e alegrias! Lembro também a minha prima Ângela que também hoje fez 22 anos! Tudo de bom para os dois :)





Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa