quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

29 de Fevereiro


Esta é a primeira vez que vos escrevo neste dia e só vos volto a escrever neste dia daqui a quatro anos, se o mundo não acabar este ano, como se prevê (previu?). Bem, mas isso não interessa.
Não sei se todos sabem a razão pela qual há anos em que Fevereiro temos 29 dias, por isso deixo-vos a explicação de um amigo:
"Um pouco de história: hoje é dia 29 de Fevereiro. Este ano é bissexto, e com ele cada quatro anos e por questões de precisão, são também bissextos todos os anos múltiplos de 400 (1600, 2000, 2400)... Quem fez as contas deste "novo calendário" foram os astrónomos e alguns especialistas ligados ao papa Gregório XIII (donde o nome, calendário gregoriano). Este caledário veio substituir o calendário Juliano que andava "atrasado", por causa de um erro técnico. Assim, o novo calendário propunha-se corrigir o antigo erro, "saltou" 10 dias (que nunca existiram) e fez o equinócio "voltar" ao dia 21 de Março, corria o ano de 1582. O novo calendário foi promulgado com a bula Inter Gravissimas." 

Partilho convosco mais um sonho, delírio, aquilo que lhe queiram chamar, escrito numa destas tardes ou noites em terras ingleses:

Tenho vontade de rir e de chorar. Vontade de gritar ao mundo o que sinto, vontade de sentir o seu silêncio. Vontade de querer e de não querer, de correr pelos montes e de me sentar a contemplar o horizonte. Vontade de existir ou de deixar de existir.
O sol põe-se no horizonte e, eu, sentado numa pedra, no cimo de um monte, observo toda aquela beleza. Fecho os olhos para ouvir aquele belo concerto da natureza! O vento forte, o chilrear dos pássaros, o riacho que corre livremente fazem parte de um enorme coro. Toda a natureza se une neste despedir-se do sol e nas boas vindas à lua que começa a exibir-se cheia e brilhante.
As estrelas entram em cena, com a sua suavidade e beleza, com o seu alegre canto, com a sua descrição!
Tudo se compõe para um extraordinária ópera, para algo nunca visto.
Pego na mochila e caminho em direcção a casa.
Procuro as pautas em branco, um lápis e sento-me ao piano. Toda aquela beleza foi inspiração para mim. Os dedos deslizam pelas teclas do piano, as pautas em branco começam agora a ficar preenchidas, com notas, rabiscos, riscos. Quando dou por mim as folhas já se amontoaram umas em cima das outras, numa ligação que só eu consigo perceber.
Chega a hora de ver tudo aquilo que resultou da inspiração dada por aquele cenário. Os fortes e os suaves dão àquela minha inspiração uma expressão que somente eu consigo compreender.
Olho para a janela grande e recortada e vejo a beleza da natureza que me envolve. Saio para a varanda e ali contemplo essa mesma beleza... O vento suave sopra entre as árvores enquanto as ondas rebentam na praia contra as rochas. É a natureza na sua simplicidade e ao mesmo tempo na sua forma mais majestosa...


Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Enfim!

Corta-se-me o coração sempre que ouço ou leio comentários estúpidos à cerca da Igreja. Sinceramente eu não sou contra a liberdade de expressão, até muito a favor. Mas se querem tentar denegrir a Igreja façam-no, ao menos, com comentários decentes, com argumentos. Mas infelizmente isso parece não caber muito na cabeça dos Portugueses. Sou Português de gema e sinto muito orgulho em dizer que sou Português.
Sou patriota, sou, mas sei ver o estado em que Portugal se encontra, a imagem que ele transmite e o que se diz por aí deste país que eu tanto amo. Já não é a primeira vez que demonstro o meu amor pelo meu país, por aquilo que ele representa para mim e naquilo em que me orgulho fortemente de ser deste pequeno país no canto da Europa! Contudo, e peço desculpa àqueles a quem não cabe a carapuça, por vezes sinto vergonha de alguns portugueses. Comportam-se como pessoas sem cultura, sem estudos, num país onde a escolaridade é obrigatória, onde o acesso à informação não está assim tão longe. É vergonhoso e custa-me ver como é que algumas pessoas conseguem comentar certas coisas em locais tão públicos como o site de um jornal. Sim, alguns comentários são contra aquilo em que eu acredito, mas o que ainda mais me custa é ver como algumas pessoas dizem as maiores bacoradas num site e ainda se ficam a rir! Certamente que a mim só me transmite uma má imagem, e certamente também àqueles que as lêem. E se acham que ao escreverem comentários absurdos se realizam, então só demonstram uma verdadeira falta de valores. Cada vez mais se nota, e isto voltando ao início, uma guerra por parte dos homens contra a Igreja. Mas o mais interessante é ver que o que os homens dizem são coisas tão parvas que nem deviam ser levadas em consideração. Existem alguns que apresentam argumentos e louvado seja Deus. Mas o problema é quando se parte para o campo do insulto. E mesmo aí, os cristãos demonstram um anti-testemunho. É preciso entender que aceitamos as decisões de cada um, mesmo que essas decisões sejam tomadas pelas piores razões. E acredito que muitas existem, simplesmente porque a religião é coisa do passado, que já estamos no século XXI e coisas assim do género. Mas temos que aceitar e o que devemos fazer é, como verdadeiros cristãos, rezar por elas, tentar chamá-las à razão, compreende-las, e não forçar a nada. Não é com discuções que lá vamos. É amando-os mesmo na diferença. Não quero com isto dizer que devemos deixar que andem para aí a dizer tudo o que querem, a inventar mentiras e outras coisas parecidas. Não! O que eu quero dizer é que devemos fazer as coisas com a razão e a fé sempre lado a lado, sem nunca esquecer a caridade. Apresentar argumentos, a veracidade das coisas, pois muito bem. Agora entrar numa rede de insultos não me parece bem. Nós, cristãos, e quando digo nós refiro-me sempre aos cristãos, devemos aceitar a opinião dos outros e se eles partem para os insultos, mostrar que somos superiores a isso, dando a outra face, como Jesus nos ensinou. Sei bem que por estas palavras irei ser atacado, como já tem sido costume, mas não é isso que me vai levar para o outro campo. Eu acredito em Deus, em Jesus Cristo, Seu único Filho, no Espírito Santo e na Igreja Una Santa Católica Apostólica. Professo a minha fé todos os dias e não me envergonho de o dizer. Enervam-me os comentários absurdos e sem sentido, que as pessoas não vejam a verdade mesmo quando ela está à frente dos seus olhos. Mas lembro-me que todos somos humanos e que a verdade prevalecerá sempre. Rezo por eles e por todos nós, na esperança de sermos todos melhores. Mas se esta gente que quer andar na moda, e se a moda é dizer mal da Igreja, deixemos andar, pois um dia a verdade triunfará e cada um terá de responder pelos seus actos!



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sábado, 25 de fevereiro de 2012

"Arrependei-vos e acreditai no Evangelho"


Chegámos ao primeiro Domingo da Quaresma!
As leituras deste Domingo encaminham-nos para o deserto.
A primeira leitura deste Domingo, relembra-nos a Aliança que Deus fez com Noé e os seus descendentes. É uma Aliança de amor, uma aliança que irá perdurar durante séculos! É uma aliança que comprometo os homens com Deus mas que ao mesmo tempo demonstra o imenso amor que Deus tem com os homens, a Sua vontade de se Revelar aos homens, de recriar, com os homens, a relação perdida no Éden. É também esta Aliança, simbolizada com o arco-íris, que irá unir os homens a Deus, até que essa Aliança seja renovada com a Páscoa, com o Corpo e Sangue de Jesus.
E esta Aliança é recordada na Carta do Apóstolo Pedro, demonstrando aos homens a Nova Aliança em que o Justo morreu pelos injusto, encaminhando-nos para o grande acontecimento que é a Páscoa!
"Arrependei-vos e acreditei no Evangelho" (Mc 1, 15) é a grande ideia deste Domingo. Depois de Jesus ter estado no deserto, tentado pelo demónio e amparado pelos anjos, começa a sua missão Evangelizadora.
Também nós somos convidados a ir ao deserto. Não em busca das tentações do demónio, mas para resistirmos às suas tentações diárias e tão comuns na nossa sociedade. São quarenta dias de preparação, deixando de lado as coisas supérfulas, os bens materiais e tudo aquilo que nos prende a este mundo. São quarenta dias que nos relembram os quarenta anos que o povo de Israel passou no deserto, a caminho da terra prometida; são quarenta dias que nos relembram as tentações de Jesus no deserto. São quarenta dias de preparação para a grande festa.
Mas para podermos viver essa grande festa é preciso que nos arrependamos, que acreditemos no Evangelho. E este acreditar no Evangelho é o comprometer-se com ele, vivendo-o a cada dia, levando-o ao que nos está próximo, àquele que amamos, ao irmão que procura um sentido para a vida, perdido no mundo do pecado.
A todos desejo um óptimo Domingo!



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quaresma 2012


Eis chegado o período porque tanto esperávamos! Eis chegado o tempo de preparação para o cume e maior alegria de todo o cristão: a Páscoa!
E, para começar este tempo, nada melhor do que ler a mensagem de Sua Santidade, Bento XVI, para a Quaresma.
Gostaria de partilhar convosco alguns pontos desta riquíssima mensagem!
O tema de reflexão este ano é da carta do apóstolo São Paulo aos Hebreus (10, 24), que reflecte sobre  a atenção aos outros, o amor e as boas obras.
Sobre a atenção aos outros diz-nos o Sumo Pontífice que é necessário fixarmos o nosso olhar no outro "e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos" pois Deus pede-nos para sermos "guardas" daqueles que estão a nosso lado. Neste primeiro ponto o Santo Padre exorta, de uma maneira magnifica, a que deixemos de lado o nosso ego e nos  centremos nos outros.
No segundo ponto realça-se a importância do dom da reciprocidade e em como a nossa sociedade parece desconhecer esta palavra.
No terceiro e último ponto o Papa Bento XVI fala-nos de que a santidade é um caminho a fazer juntos e não sozinhos, como sempre temos tendência a fazer.
À semelhança do ano passado, este ano proponho-vos um caminho que passa pela reflexão dos Evangelhos Dominicais, para melhor nos prepararmos para celebrarmos a Semana Santa com grande sentimento e festejarmos a Páscoa como ela deve ser festejada: a grande festa dos cristãos!
Bem, findo com as palavras de Bento XVI na audiência de hoje e que de modo particular saúda os portugueses: 
"Nos próximos quarenta dias, que nos levarão até ao Tríduo Pascal – celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo –, somos convidados a viver um caminho de conversão e renovação espiritual, que nos faça sair de nós mesmos para ir ao encontro do Senhor. Este período será um tempo propício para uma experiência mais profunda de Deus, que torne forte o espírito, confirme a fé, alimente a esperança e anime a caridade. Poderemos assim ver e recordar tudo aquilo que Ele fez por nós. Daí concluiremos que só o Senhor nos merece; e, sem mais adiamentos nem hesitações, entregar-nos-emos nas suas mãos. E Cristo tornar-nos-á participantes da vitória sobre o pecado e a morte, que Ele nos alcançou com o seu amor levado até ao extremo da imolação por nós na cruz. Seguindo o caminho da cruz com Jesus, ser-nos-á aberto o mundo luminoso de Deus, o mundo da luz, da verdade e da alegria. Inundados por esta luz, ganharemos nova coragem para aceitar, com fé e paciência, todas as dificuldades, aflições e provações da vida, sabendo que, das trevas, o Senhor fará surgir a alvorada nova da ressurreição." (Bento XVI, Audiência Geral, Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012)
A todos, os votos e desejos de uma santa e bem vivida Quaresma!




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Londres!

Em primeiro lugar, antes de vos descrever a minha visita a esta grande cidade, quero confessar-vos uma coisa: EU, ISMAEL, SOU PIOR QUE OS CHINESES (sem ofensa) DE MÁQUINA FOTOGRÁFICA NA MÃO!
Em segundo lugar, avisar que ESTE RELATO É GRANDE!
Hoje, um bocado fora do que tem sido normal, levantei-me cedo para partir para a grande cidade, Londres. Com dois graus negativos fui apanhar o comboio que me levou até Londres. Cerca de uma hora de comboio, desde Haywards Heath até Londres, lá cheguei àquela que se demonstrava uma grande cidade.
Palácio de Buckingham
Chegado a London Victoria, passeamos um pouco pelas redondezas em direcção ao Palácio de Buckingham, onde se pode ver os famosos guardas de chapéu de veludo preto. Bem, o Palácio achei-o lindo. Mas com sinceridade, quando é algo novo, tudo é bonito!
Bem, mesmo em frente ao Palácio está uma fabulosa fonte com um enorme anjo, todo dourado. Seguindo em frente foi altura de conhecer o St. James Park, onde mais uma vez pude desfrutar de inúmeros esquilos saltando de um lado para o outro, de árvore em árvore e até para junto das pessoas! É claro que eu tive que tirar mais de vinte fotos a este animalzinho que me tem deliciado desde que estou por aqui. Bem, ali também podem encontrar inúmeras gaivotas, pombas, patos, gansos e, se não a minha ornitologia não erra, também algumas cegonhas!
National Portrait Gallery
Seguindo este parque vai-se dar à House Guards Parade que é o centro da Guarda Britânica. Mas antes de  passar por aí, uma escapadinha foi feita para ir até ao Pilar de Lord Nelson, com quatro enormes leões na base deste pilar. E é claro, como turista que sou, tive que tirar uma foto junto a um desses leões. E não fosse eu Sportinguista (ehehehehe)! Mesmo atrás deste memorial está o National Portrait Gallery, um dos melhores museus de pintura de Londres.

Seguindo a rua que passa mesmo em frente à House Guards Parade, mais fotos fui tirando, a uns guardas a cavalo, nas famosas cabines telefónicas vermelhas e a belas fachadas. Mesmo ao fundo desta rua exibia-se o Palácio de Westminster com a sua bem conhecida e sempre sinal de Londres, a Torre do Relógio, mais conhecida como Big Ben. Na verdade Big Ben não é o nome do relógio, mas sim o nome de um sino que pesa treze toneladas e foi mandado instalar por Benjamin Hall, mais conhecido por Big Ben.
Westminster Palace & Big Ben
Westminster Cathedral
Mesmo ao lado deste palácio está a famosa, robusta, grandiosa Catedral de Westminster que deixa todos aqueles que a contemplam de olhos bem arregalados, principalmente pela sua beleza. Infelizmente não foi possível entrar porque a fila era enorme e o tempo escasseava. Atravessando a ponte, o palácio de Westminster, local onde funciona o Parlamento do Reino Unido, mostrava toda a sua enorme beleza.
Descendo foi altura de encontrar o London Eye que já há muito se exibia aos olhos de todos os que por aquelas bandas andavam.
Dali foi altura de descer ao subterrâneo e apanhar o metro até a Mornington Crescent, onde um restaurante tipicamente Português deu pão para a boca. E quando digo "tipicamente Português" é mesmo: O Tino, nome do restaurante, serviu um bom de um bitoque, com comentários do dono vestidinho a rigor: camisa branca, calça vincada, pêra já branca, com anéis nos dedos anelar e mindinho.
Passeando por aquelas ruas vê-se um mercado esplêndido, com muita ficção à mistura.
Dali foi altura de conhecer a Tower Bridge Exhibition, passando-a a pé e contemplando toda a sua beleza artística. Deixando a imponente ponte para trás chegava a altura de ver a Tower of London, onde estão as Jóias da Coroa.

Tower Bridge Exhibition

St. Paul's Cathedral


De novo no metro, seguiu-se para a St. Paul's Cathedral e daí para o British Museum onde se contemplaram, um pouco à pressa, antiguidades Gregas e Egípcias.
Depois do Hard Rock (loja e café), os pés levaram até ao Hyde Park, onde mais esquilos, mais cisnes e patos se puderam ver.
Apanhando o autocarro típico de dois andares, fez-se paragem no Mundo dos M&M's!

M&M's World
A noite chegou e também a hora de voltar a Haywards Heath. Para trás fica uma grande cidade com muitas coisas a conhecer.
Peço desculpa pelo enorme relato, mas não podia deixar de o fazer!
Espero que quando visitardes Londres fiqueis tão apaixonado como eu.
As fotos são só uma pequena amostra :)!

Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sábado, 18 de fevereiro de 2012

São Teotónio


São Teotónio, rogai por nós!
Há semelhança do ano passado, este ano começo este pequeno texto da mesma forma. Bem, não vos vou falar sobre a vida de São Teotónio pois sobre isso podem ler na mensagem que escrevi há um ano (aqui).
Hoje é um dia muito importante para a Diocese de Viseu que assinala este dia com grande festividade! Pela manhã, na Sé de Viseu, onde São Teotónio foi prior, celebrou-se a Missa Pontifical evocativa de São Teotónio, presidida pelo Bispo Ilídio Pinto Leandro.
No passado dia 16 inaugurou-se a exposição sobre São Teotónio, seguida de uma sessão solene e de um Te Deum! (Podem ler mais aqui)
Estas comemorações ocorrem pelos 850 anos da morte do Patrono desta diocese.
Certamente que estas festividades estarão a correr pelo melhor, e a toda a diocese quero desejar umas boas festas e que São Teotónio rogue por esta Diocese que se encontra num caminho de renovação!

Relíquia de São Teotónio venerada na Sé de Viseu

Bem, agora falando um pouco sobre estes dias aqui em Haywards Heath.
Na passada quinta-feira, depois de jantar, fui até a um "Social Club" com uns colegas do meu irmão para jogar bilhar. Bem, amigos, jogar bilhar aqui é totalmente diferente! A quem estava habituado a umas bolas com números, de várias cores, grandes e pesadas, chegando aqui fica decepcionado: as bolas têm duas cores, amarelas e vermelhas; a bola preta é a única com número; têm metade do tamanho e metade do peso. Bem, só vos posso dizer que foi um pouco diferente! Bem, e agora gabando-me um pouco, devido aos ensinamentos que fui tendo dos meus colegas no bilhar, fiz um brilharete ;)!
Por aqui o tempo tem estado sempre com muitas nuvens, sempre coberto e pouco se vê o sol! Não admira que os ingleses sejam tão brancos!


Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Squirrel

O sol em Haywards Heath apareceu hoje, de mansinho, por detrás das nuvens!
Depois de almoço foi altura de ir conhecer mais um pouco esta cidade. Desta vez o meu destino foram os parques e pouco mais.

Primeiro fui visitar o Victoria Park. Mesmo ao lado deste parque, algo um pouco curioso: estamos habituados a que os cemitérios tenham muros altos, mas por aqui não. Mesmo ao lado de uma igreja, Parish Church of St. Wilfrid, um cemitério, ou mesmo um jardim de tabuletas.




Bem, seguindo a estrada principal fui encontrar a estação de comboios e um pouco mais à frente, a St. Richard's Church. Mesmo ao lado desta o parque The Heath que para além de ter um bom espaço relvado, uma floresta a ele se associa. Aí foi onde pude encontrar e fotografar, como é obvio, fabulosos esquilos que por ali andavam. uma grande quantidade deles pude eu observar, mas fotografar só consegui alguns porque eles decidiam fugir.





Voltando para casa parei numa "pastelaria" (se assim se pode chamar), onde comprei um donut e um gingerbread para me deliciar!


Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Missa em inglês!

Cada pessoa na sua vida tem coisas importantes e para mim a minha ligação com Deus é a coisa mais importante Por isso, apesar de estar num país que eu não conheço e com uma língua e com várias religiões, eu não deixei de ir à missa. Ontem, Domingo, dia da Ressurreição do Senhor, foi dia de festa, como são todos os Domingos para mim. Apesar de me ter levantado tarde, sabia que tinha uma missa na igreja de Sanct Paul às cinco da tarde. Um quarto de hora antes saí eu de casa para ir à missa. Contudo quando cheguei à igreja já passava das cinco e pensei para com os meus botões: "Se os britânicos são super pontuais, já cheguei atrasado!". Entrei à pressa mas vi que não era o único. Mal entrei pela porta deram-me logo um livro de cânticos, uma folha com os avisos e um "guia" da celebração, onde contem tudo aquilo que devemos responder na missa. Bem, para mim foi fabuloso, pois assim já sabia como responder em inglês. Bem, mas quando entrei no espaço litúrgico vi que na realidade não estava atrasado, pois ainda só iam no cântico de entrada. Começou a celebração e lá fui percebendo alguma coisa mas não tudo... Os ingleses falam muito rápido! Bem, tudo corria como em Portugal até que chegou a altura da proclamação do Evangelho. Nesse momento dois acólitos vieram com os castiçais até meio da igreja e o padre trazia o leccionário. Enquanto isso cantava-se um aleluia que nós também cantamos em Portugal, a saber: "Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, glória ao Senhor. A Palavra de Deus é vida, a Palavra de Deus é pão, pão que mata a fome de amor, aleluia, aleluia"! Fantástico. O padre pousou o leccionário na estante que se encontrava no meio da igreja e dali proclamou o Evangelho. As pessoas que estavam para lá do meio da igreja, viraram-se todas para o padre. Bem, depois disso, tudo continuou igual, até que chegou a altura da Oração Eucarística. Nesse momento, todo o povo se ajoelha e assim permanece até ao fim da Oração Eucarística. Chegou a altura do abraço da paz e todos se cumprimentaram... Até a mim que era um desconhecido. Mas aqui diferentemente de Portugal, todos apertam a mão ao outro, dizendo: "The peace be with you!" Estranhamente o cálice é grande e possui um bico, para deitar o sangue de Cristo em outros pequenos cálices que, na altura da comunhão são entregues a ministros da comunhão, suponho eu, e quem quiser pode comungar sob as duas espécies ou somente uma! O cântico de comunhão foi um que também em Portugal se canta: "Comei do pão, bebei do vinho, quem vem a mim não terá fome..." No fim da missa o padre vem para a porta da igreja, como nos filmes, e despede-se da comunidade cristã. Os cânticos da missa são acompanhados por órgão ou piano, flauta transversal e viola. Bem, depois de vos descrever a missa, dou-vos a minha opinião: apesar de nem ter percebido tudo, principalmente da homilia, gostei muito da forma como aqui se celebra a Última Ceia de Cristo! Não é que seja muito diferente da forma que estamos habituados, mas vê-se que há uma participação maior da comunidade, tanto que, quem faz os avisos finais é um leigo e não o padre. Mas, ao fim de tudo, o que interessa é que eu tive a oportunidade de participar na Festa do Senhor, apesar de estar num país onde abunda o Cristianismo na sua forma Anglicana!

Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Go to England

Saí de casa ainda a lua ia no alto céu, Ofiúco já nascera, e a ISS mostrava-se aos olhares atentos de quem olhava para o céu. Os primeiros raios de sol começaram a ver-se, já vinha eu em direcção a invicta. Mas esta mostrava-se tímida e passava despercebida a olhares desatentos. Quando cheguei ao aeroporto já a luz do sol se tinha espalhado por todo o céu. Depois de uma longa fila para o portão de embarque, foi altura de retirar tudo dos bolsos, cinto e casacos. Depois de trinta segundos a despir, cinco minutos a vestir e a calçar. Sorte que vim de cinto e não de suspensórios. Bem, o nervosismo já se apoderou de mim. Sentei-me junto à porta de embarque, esperando que começassem a chamar. "O voo para Gatwick número 8496 da EasyJet terá embarque na porta um." Bem, toca a pegar na bagagem novamente e descer as escadas para a porta um. Mais uma fila... Parece impossível! Bem, mas tem que ser. É aberta a porta e tenho a sorte de andar de autocarro dentro do aeroporto.  Chegada ao avião, uma curiosidade enorme. Consegui lugar junto à janela e junto à asa. Começa o avião a andar e as hospedeiras a dar instruções. Realmente ē como nos filmes. Sempre pensei que fosse um abuso, mas é verdade. Começam as turbinas do avião a funcionar e o mesmo a arrancar. Sabem aquele impulso que se costuma ver nos filmes? Verdadeiro! Foi espectacular sentir. Depois o levantar...  Nem tenho palavras para descrever o que senti. Sei que pareço uma criança, mas é a primeira vez que viajo de avião e toda esta emoção faz-se realmente sentir. Já deixei Portugal para traz. Agora não sei bem o que estou a sobrevoar. Mas é lindíssima a vista daqui de cima. O mar azul, a terra esverdeada. Fantástico! Suponho que neste momento estarei a acabar de sobrevoar a França. Não consigo deixar de admirar a beleza de tudo isto. Realmente, depois de estar cá em cima consigo compreender o canto dos pássaros.  Lá em baixo, no mar, um cruzeiro aproxima-se da costa. Estar a cima das nuvens é algo realmente fantástico. Os flocos de nuvens flutuam entre mim e o solo. Será que daqui consigo ver algum anjo a brincar nas nuvens? Estou a brincar, é óbvio. Agora como será a aterragem? Humm, isso é que ainda estamos para ver, mas esperemos que seja boa... Quem sabe?



A viagem correu lindamente e a aterragem não foi nada fora do normal. Sempre pensei que haveria gritos e essas coisas, mas não foi tudo muito calmo. O pior foi tentar sair do avião, pois as pessoas atropelavam-se umas ás outras. Foi preferível esperar um pouco. Saí do avião em Gatwick, subi as escadas rolantes, passei o passadiço, desci escadas rolantes, caminhei por uma fila enorme por causa do passaporte, desci escadas para a recolha das malas e, como não tinha, voltei a descer escadas para finalmente encontrar o meu irmão! Como a fome já apertava foi altura de comer alguma coisa. E se em Roma, sê romano, em Inglaterra, sê inglês! E por isso nada melhor para comer em Inglaterra do que uma sandes de não sei o que acompanhada por chá! Morto o bichinho, foi altura de ir apanhar o comboio e seguir para Haywards Heath! A neve, na sua maioria em forma de gelo, ainda predomina por alguns campos ingleses e Haywards Heath não é excepção. E a acompanhar, nada melhor que um frio de gelar as orelhas e congelar as mãos. Reconhecida a casa foi altura de reconhecer o espaço que me tinha despertado alguma curiosidade depois da passagem de taxi. Deixei o meu irmão em casa, a descansar, e vim fazer um reconhecimento sozinho. Por força do Espírito Santo encontrei logo uma Igreja Católica: Igreja de São Paulo. Entrei e encontrei-me num espaço maravilhoso e de uma paz impressionante. Tudo naquele espaço convidava à oração: desde o seu silêncio, à música de fundo da natureza (chilrear dos pássaros), à beleza da sua concepção. Fiquei ainda mais contente por saber que tenho três missas amanhã. Acho que o mais provável será ir à missa da tarde! Fiquei contente também por nessa igreja estarem duas imagens de Santos portugueses: Santo António de Lisboa e a Rainha Santa Isabel Depois de falar com Deus, voltei para a gélida rua. Estava com curiosidade para conhecer um pub, os tão famosos. "The Heath Tavern"!






Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Noite de luar!


A noite avizinhava-se menos fria do que as noites anteriores. A lua cheia, no alto céu, brilhava com um brilho encantador e apaixonante. Toda a noite parecia diferente das demais. Uma alegria, um mistério, uma paixão pairavam no ar. Numas palavras com ar de um romance diria que era uma noite mágica.
Bem, depois de umas observações pelo “piqueno”, o céu começou a cobrir-se de nuvens e eu vim até à lareira. Mas parecia que a noite chamava por mim, pedindo-me que a fosse eternizar à minha maneira. E como o frio não era muito, voltei para a luz do luar que se fazia notar por entre as suaves nuvens que por ela passavam.
Largo foi o tempo em que eternizei a noite à minha maneira e me sentei a observar a bela noite que a meus olhos se proporcionava. Toda a minha serra se iluminava com o belo luar, e os farrapos de nuvens que iam ficando no céu azul tornavam o quadro ainda mais belo. E as estrelas, eternas companheiras da lua, diminuíam o seu brilho para que a protagonista, a lua, pudesse brilhar esta noite.
Depois de sentir que tinha recolhido tudo aquilo que a noite me proporcionava, voltei para a lareira e para o bolo de bolacha pensando na beleza desta noite de lua cheia!










Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ilusões


À lua brilhante sussurro o meu canto alegre e entristecido. Choro profundamente as lágrimas que me saem do coração por perceber que tudo foi em vão. Já de nada valem as palavras, pois por elas já não consigo expressar o que me vai no coração. Já vai longe a velha habilidade de juntar palavras simples e talvez sem sentido, para exprimir o que me vai na alma. Agora são meras palavras, meros conjuntos de letras unidas entre si para tentarem dar sentido a algo que sinto, mas que não consigo expressar. Se talento era, talento deixou de ser. Se paixão era, ela se esmoreceu.
A suavidade das palavras já não mais a sinto.
Agora reside o vazio da sua fluidez, o espaço da sua imaginação.
Há muito que não consigo escrever, e este ensaio é o que mais se aproxima de algo daquilo que já foi. Tudo agora é sem sentido, tudo agora é supérfluo e triste.
As folhas do meu diário permanecem em branco, pois já nem o mais básico consigo escrevinhar.
Caminho junto ao mar, local onde sempre encontrei inspiração. Mesmo sem estar junto a ele, só a lembrança do som do mar a segredar com a areia, o seu bater nas rochas, o vento e as despedidas do sol que avermelham as águas cristalinas me faziam crescer a vontade de escrever. Agora isso já não reside na minha memória e nem as águas avermelhadas pelo sol me fazem crescer a vontade de lhe construir belos sonetos.
E as noites frias, nos bosques do mundo que eu nunca conheci, mas que sempre imaginei, já não são parte de mim.
Ilusões…
As paredes do meu quarto transformavam-se naquilo que a minha mente desejava: a praia, o bosque, a serra, a noite, os teatros e óperas…
Ilusões…
Tudo fruto da minha cabeça. O banco de jardim desapareceu; o bosque nevado, derreteu; a cidade que sempre foi fruto de delírios, destruída.
Meu coração bate forte. As lágrimas só correm pela saudade e pela recordação.
Mas tudo isto de nada vale, porque são meras palavras, sem sentido ou sentimento, uma falsidade pura e que eu nunca vivi…
A imaginação tem destas coisas, e eu em muito vivi na ilusão: na ilusão de ser aquilo que nunca fui; de sentir o que eu nunca senti; de me perder e sonhar aquilo que nunca vivi.
E o mundo não é feito de ilusões? Então o porquê de sentir que só a minha ilusão é descabida e sem sentido? Que sou um louco entre tantos normais e que a loucura não tem espaço neste mundo?
«Cogito, ergo sum!» (Penso, logo existo) afirmava René. Mas, e quem sonha? Quem aproveita a sua loucura para conseguir embelezar um pouco a vida dos outros? Esses não têm direito a existir? Eu digo que não. Eu digo que esses são meros loucos de quem a história nunca falou, de quem o fado nunca cantou, e na pedra nunca foram esculpidos. Esses, que ambicionam dar um pouco mais aos outros, dar aquilo que têm para que o outro se sinta mais completo, esses são meros loucos!
E o Grande Homem, que no meio do mundo falou em dar a outra face a quem bate, perdoar quem ofende, amar incondicionalmente, até a Esse os homens mataram!
Talvez um dia o homem aceite a diferença. Talvez um dia eu aceite a diferença. Talvez um dia chegue a hora das coisas tomarem outro rumo, de fazer a diferença.


Ad majorem Dei gloriam!


P.S. - Parabéns ao leitor n.a.!
Ismael Sousa

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Regicídio


Faz hoje 104 anos que el-Rei D. Carlos e seu filho Luís Filipe foram mortos a tiro no Terreiro do Paço em Lisboa.
Eram por volta das quatro horas da tarde, quando el-Rei D. Carlos, a Rainha Dona Amélia e o príncipe D. Luís filipe desembarcaram na estação do Terreiro do Paço. À sua espera encontrava-se o príncipe D. Manuel que voltara a Lisboa antes dos pais, que se encontravam em Vila Viçosa, por causa dos seus estudos. A alegria de ver sua família, fê-lo abraçar sua mãe e seu pai e seu amado irmão. Entraram os quatro na carruagem, D. Carlos de frente para D. Luís Filipe e d. Maria Amélia defronte a D. Manuel. Conversavam sobre o descarrilamento na Casa Branca, a família real seguia serenamente, quando D. Carlos e D. Luís Filipe são mortos a tiro.
A mulher e mãe chorosa, começa a tentar desviar as balas que continuam a ser disparadas sobre o coche real, com a sua única arma: um ramo de flores.
D. Manuel torna-se, então, o descendente ao trono que pouco tempo ocupará com a queda da monarquia.
O sangue derramado nas lajes do Terreiro do Paço ficou para sempre na história dos portugueses.
A queda da monarquia, há muito desejada, começa a notar-se.
Não sou monárquico, mas esta história faz parte da história do meu povo.
Viva o Rei!




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa