quinta-feira, 16 de maio de 2013

Caderno preto, folhas amarelas.

Hoje voltei a reabrir o meu diário. Esquecido ou deixado de parte quase hà ano e meio, retirei-lhe o pó e voltei a ver aquelas folhas amarelas onde falei de glórias e derrotas, de alegrias e tristezas, com sorrisos e lágrimas.
Não sei se o comecei da melhor ou da pior maneira, o certo é que comecei. Não interessa, é passado. É o meu passado e não o posso apagar.
Agora que o leio, rio-me de algumas coisas que escrevi. Hoje é uma pessoa diferente que lê. Diferente daquela que o começou a escrever, naquele caderno de capa preta, folhas amarelas.
Ano e meio depois volto a preencher as suas folhas amarelas com tinta preta ou azul. Ano e meio depois, a história é diferente. Tanta coisa para contar a esse meu confidente de nenhumas palavras, de nenhumas opiniões.
Hoje novas lágrimas voltam a manchar o papel, desbotar a tinta, deformar as palavras.
É um momento meu, um momento só meu e de mais ninguém!
A vida mudou. As pessoas mudaram. As circunstâncias são outras.
Negar que sinto saudade de alguns momentos, seria enganar-me a mim próprio.
Tudo é indefinido. Muitas coisas são vagas.
Nas minhas últimas palavras, naquele caderno preto de folhas amarelas, pedi a Deus força. De tudo o que escrevi esse foi das poucas coisas que se realizaram. Tantos sonhos, tantos projectos, tantas ilusões. Tudo por água abaixo. A vida é uma incerteza. Aprendemos a viver cada dia de cada vez. O futuro a Deus pertence e só nos cabe viver cada momento intensamente. Nada nos impede de sonhar, mas nada nós garante que esses mesmos sonhos se concretizem.
Amei, chorei, sofri, regozijei-me intensamente.
Se o passado em algo ainda me faz chorar, isso ninguém o saberá. Apenas eu e as folhas amarelas do caderno preto!