As coisas vulgares que existem na
vida são, sem dúvida, aquelas coisas que não deixam saudade. Mas as lembranças
que doem ou fazem sorrir fazem o nosso coração sentir uma nostalgia e saudade,
uma tristeza e melancolia. Mas é desses momentos que o homem é feito. É desses
momentos que seremos recordados.
As palavras são vãs, fúteis,
insignificantes. De nada valem as palavras que dizemos, escrevemos ou lemos.
São só tinta, são só meros sons. Como queria eu que isto fosse verdade… As
palavras são cheias, repletas de significado, são memória eterna do que
sentimos, do que existiu. São a prova da história, a memória de alguém, os
desabafos ou desatinos, as loucuras ou pensamentos profundos.
As palavras são tudo, mas são
também um emaranhado que nos envolve, um labirinto sem saída. São planícies verdejantes,
árvores que se erguem para o céu, aves voando no céu, um sol brilhante
escondendo-se sob o horizonte deixando o céu vermelho. São um oceano azul que
beija a terra. Elas são magia e encanto, ternura e afecto, alegria, amor, vida.
Mas também podem ser dias
chuvosos, noites frias e horripilantes, monstros e fantasmas, ódio, rancor,
mágoa. Uma espada que fere o coração, uma completa ausência. Dor, tristeza,
frio e solidão. Uma lágrima que corre pelo rosto, caindo na terra esquecida.
São refúgio, são cavernas. São
sentido, orientação. São a perda total de rumo e destino. São forma de
expressão que só escritas conseguem dar significado ao que o coração diz.
Mas tudo isto são palavras, e
quem as conhece não mais as quer deixar.

O mundo está coberto por
maravilhosos escultores de palavras, que com elas fazem maravilhas nunca
vistas. Expressam-se pelas palavras, amam as palavras, vivem com as palavras. E
usam-nas de uma forma que se torna impossível, para mim, de compreender.
E tudo isto são palavras, com
sentido ou sem. Tudo isto são expressões sentidas ou não. Tudo isto cairá no
esquecimento, ou não.
Há palavras que ficam na história,
na nossa história e outras que nem nos lembramos. São emoções que dão vida à
saudade que trazemos, à alegria. Dias em que as palavras marcam a alma e a vida
da gente. Mas tudo isto são palavras e essas levam-nas o vento!
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa