quinta-feira, 27 de outubro de 2011

«Porta Fidei»


Com toda a crise de fé que vivemos nos tempos actuais, o Sumo Pontífice Bento XVI anuncia ao mundo o Ano da Fé, com a sua Carta Apostólica «Porta Fidei» (A Porta da Fé).
Ao longo de quinze pontos, Sua Santidade, explica a necessidade deste Ano da Fé.
Começa a sua Carta com a afirmação de que “a «PORTA DA FÉ» (…) está sempre aberta para nós”. Explica-nos, logo a seguir, como passar esta porta e as graças que obtemos depois de a transpor. Não esquecendo a enorme crise de fé, expõe as principais barreiras da fé nos nossos dias, como havemos de reafirmar a nossa fé.
Eis que surge, então, no ponto 4, o anúncio do Ano da Fé, que terá início no dia 11 de Outubro de 2012, dia em que se celebrarão os cinquenta anos da abertura do Concílio Vaticano II e vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, findando na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013.
Refere, ainda, neste ponto que não é a primeira vez que se celebra o Ano da Fé, pois já em 1967 Paulo VI proclamou um ano semelhante aquando do décimo nono centenário do supremo testemunho dos apóstolos Pedro e Paulo.
Não querendo tirar o gosto pela leitura desta pequena Carta Apostólica (que se lê em meia hora), findo, citando o Papa Bento XVI, com uma realidade bem presente nos nossos dias:
«Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos (…) são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.»




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aquela lareira II


O Outono chegou de mansinho, trazendo consigo alguns dias de Verão. Mas, agora, que chegamos ao fim do mês, a chuva veio visitar-nos. E que alegria nasceu em mim por a ver cair, por a sentir. Mas com ela veio o vento, que faz voar as folhas já caídas das árvores. Todo o quadro se compõe: chuva, vento, folhas a voar, cores quentes…
E não é que nesta altura faz sempre frio e chuva?


Mas, com o frio, vem a nostalgia. Hoje apetecia-me mesmo uma lareira (que já a tive no fim-de-semana). Apetecia-me sentar-me em frente a ela, no chão da minha sala, a ler, ouvir música, contemplar a dança do fogo, etc. E toda esta nostalgia regressou depois de ler o que escrevi, quase há um ano, sobre ela: as lições, as canções, o “quentinho” da família… (aqui)
Nove anos fora de casa, mas as recordações ainda cá estão. As recordações dos serões à lareira. Lembro, ainda, que na altura em que começávamos a acender a lareira, a nossa sala tomava um nova forma, só para estarmos em volta da lareira.
E como era bom toda esta actividade… Nostalgicamente me sinto. Mas o sorriso, provocado por essas recordações, não deixa de rasgar o meu rosto.
Agora crescemos. Já não nos reunimos todos em volta do lume. Mas o Ruby e o Hoody ainda se enroscam em frente à lareira.
Crescemos e perdemos algumas coisas…
Já não adormecemos ao colo da mãe ou do pai, mas há coisas que não mudam. Pelo Natal, não passamos sem deixar de colocar umas velinhas, um pequeno presépio, ou algo assim, em cima da lareira. Ela é, para mim, local de grandes recordações. Ela é, para mim, o meu local de eleição. E agora, com o Novembro que traz consigo as castanhas, não podia deixar de recordar o assador nas brasas da lareira, preparando as castanhas que eu tanto gosto.
Um dia, a lareira voltará a ser o reencontro da família que durante o dia anda dispersa nas suas actividades.
Quem não recorda a avó junto à lareira a contar as velhas histórias? Quem não sente saudades desse tempo? Eu sinto…
Para mim, a lareira será sempre local de infindas recordações…




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ensinamentos sobre a solidão


Muitas coisas na vida podem ser vistas de uma outra forma. Nem tudo é negativo, como nós pensamos. Nem tudo é assim tão mau, como pintamos.
O fado, esse que concorre a Património Mundial, fala-nos da solidão numa perspectiva um pouco má, fria, sem cor, cheia de sentimentos negativos. E por vezes, adquirimos para nós essa definição de solidão.
Cantava a Rainha do Fado, que a solidão traz sempre consigo uma companheira: a amargura.
Mas, na verdade, não é bem assim. Hoje vou falar-vos de uma nova forma de olharmos este sentimento tão característico do fado.
Olho para o mundo de hoje, e para mim, e vejo que um dos maiores problemas é, sem dúvida, a solidão, o medo de ficarmos sós. Mas, na verdade, a solidão não é inteira, traz sempre um companheiro consigo: o silêncio. É-nos bastante incomodativo este companheiro. Sabemos bem, e eu já falei algumas vezes nisso, que é preciso ter coragem para enfrentar o silêncio, pois podemos conhecer coisas em nós que não são muito agradáveis; ouvir do coração aquilo que não queremos; diria até medo de ouvir Deus. E por isso não fazemos silêncio. Entupimos todos os minutos com barulhos que nos distraem, nos ocupam a cabeça.

Ensinamento sobre a Solidão

Não enfrentes a solidão com tristeza e amargura. Aceita-a com amor. Com ela aprendes a conhecer-te, aprendes a amar-te. Com ela as coisas retomam o seu verdadeiro significado. Tudo o resto não passa de pura ilusão.
Como és capaz de dizer que te conheces, sem nunca te teres enfrentado a ti próprio? Achas que é no barulho da confusão que irás conhecer-te? Não te iludas, pois no barulho só consegues perceber quem realmente não és.
Só com a solidão poderás conhecer o silêncio, ouvir a voz do teu coração e da tua consciência. Não entupas a tua vida com a frenética do barulho. Faz uma pausa, um stop. Desliga tudo aquilo que te impossibilita de fazer barulho. Senta-te no chão do local mais privado que tenhas. Ouve o teu coração que te fala todos os dias e que todos os dias tu o fazes calar.
A solidão é tua amiga: acolhe-a no teu coração. Ouve o que ela tem para te dizer, e enfrentarás todos os teus medos de forma diferente. Muito daquilo que pode parecer mau, pode até ser bom. Mas se não experimentares a solidão, nunca irás conseguir. Ela é aquilo que te torna forte e capaz de vencer muitos obstáculos.
Junta a tua fé em Deus a essa solidão, que não é verdadeira, porque nunca te encontras só: Ele prometeu-te que estaria sempre contigo, até ao fim dos tempos. Aí verás que tudo o que era mau, se torna um ponto negro na tua página branca. E é no silêncio e na solidão que poderás aprender a ouvi-l’O profundamente, a entender o que Ele te está a dizer.
Quando achares que estás só, simplesmente porque não tens ninguém fisicamente a teu lado, relembra-te dos teus verdadeiros amigos e daqueles que não têm e nunca tiveram ninguém a seu lado, e verás que a tua grandiosa solidão, não passará de uma simples gota no oceano.
Não te deixes dominar pelo sentimento mau da solidão. Aprender a amá-la é um passo para a vitória. Diria até: aproveita os momentos de silêncio e de solidão, que poderás querer estar só e não poderás.
A solidão e o silêncio são teus amigos: não os percas.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Poesia à minha terra.

Hoje, num momento de lazer, peguei na caneta e escrevi sobre a minha terra. Há muito que não escrevia poesia (ou uma tentativa da mesma), muito menos com versos em rima. Mas hoje, recordando os tempos de escola em São Pedro do Sul, saiu-me algo. Espero que gostem.


Longe da minha terra,
Perdido na vida da cidade,
Relembro o verde da serra
Que me traz a saudade.

Serras da minha infância,
Ruelas do meu crescer,
Que em toda a circunstância
Da memória não hei-de perder.

São Macário lá no alto,
Cercado pela Gralheira.
Pelo pecado deste um salto,
Com as brasas da fogueira.

Cá em baixo o São Pedro
Desceu o rio perdido.
E no Lenteiro, tão cedo,
Das águas recolhido.

A Imaculada Conceição
Do Convento é formusura.
Aos seus pés todos vão
Com amor e ternura.

Desce a Direita até à Matriz,
Pela calçada de pedra fria.
Passando a casa de Reriz,
Que todo o povo queria.

Pelo Chão do Mosteiro,
À estação vamos dar.
Já não se houve o sineiro
Do comboio a chegar.

Da Lapa o Vouga vem,
Por entre serras e colinas.
A ele se junta o Sul também,
Lá do fundo das rapinas.

Segurando a palma na mão,
Do alto és senhoria.
Santa Eufémia, com chuva ou não,
O povo vai em romaria.

De carqueija se cobre a serra,
Pelas cabras percorrida.
É esta a minha terra
Pela saudade bem sentida.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mês Missionário


Estamos em pleno Outubro. Já se começa a sentir o frio típico de Outono. Mas algumas esplanadas ainda estão montadas. E que bem que se está!
A Praça 2 de Maio com as suas 35 árvores está toda iluminada. Um clima agradável pode ser sentido aqui.
Dizem alguns que não se estuda no café. Mas nem sei. Quanto a mim é uma fonte de inspiração. No meio do barulho surge a vontade de descrever o que me rodeia. E neste espaço está-se bem.


Bem, mas o que vos quero falar hoje é do mês que estamos a viver. No início do mês celebrámos uma das maiores missionárias, que sem sair do seu mosteiro, esteve sempre ao lado dos missionários com a sua oração. Depois celebrámos o fundador dos Combonianos: São Daniel Comboni. A primeira casa-Mãe da congregação em Portugal foi na nossa cidade de Viseu.
Bem, como já devem ter percebido, estamos a viver o Mês Missionário, e esta é a semana das Missões. Esta semana tem como intenção promover a oração pelos Missionários. Não devemos orar por eles somente esta semana, mas sempre. Mas esta semana/mês colocamos como centro os Missionários.
Não devemos esquecer nunca a sua importância. São eles que levam Jesus Cristo àqueles que não O conhecem. Eles, como os Apóstolos, espalham-se pelo mundo para levar a Boa Nova a todos os povos. Foram eles os grandes catequistas do mundo. Por todo o lado há vestígios da sua presença.
Mas eles não levaram somente Jesus Cristo, mas também o ensino, novas culturas, ergueram edifícios e ajudaram na organização das cidades. Uma das suas grandes preocupações foi preservar a cultura dos povos. Alguns até chegaram a pôr por escrito a língua de alguns povos. Foi por eles que conhecemos novas culturas, novas formas de viver, novos costumes, etc…
Contudo quando falamos de Missões o nosso pensamento recai sobre os Combonianos. É natural que isso aconteça pois Daniel Comboni foi um grande impulsionador das Missões, principalmente no continente Africano. É do conhecimento de todos a sua célebre obra “Salvar África com a África”.
Mas para melhor conhecerem passem aqui (Coisas Mesmo Fantásticas) ou aqui (Sorrir para Servir).
Pois bem, meus amigos, exorto-vos a que no resto desta semana, até Domingo, centrem o vosso pensamento e a vossa oração nos nossos irmãos Missionários. Continuai a rezar por eles todos os dias, mas mais fortemente, este mês. Relembrai os cinco continentes, por onde estão espalhados. Que eles sejam, como Paulo, missionários do Amor de Cristo.
Lembrai-vos também que, nos dias que correm, todos somos missionários neste mundo onde a indiferença a Deus está cada vez maior.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa