Pois é, caros leitores: esta é a última vez que vos escrevo este ano. E
ao findar o ano, quero escrever-vos sobre algumas coisitas que é meu desejo
falar, partilhar convosco.
Em primeiro lugar quero falar-vos sobre o último livro de Sua
Santidade, o Papa Bento XVI, como já tinha manifestado essa vontade aqui.
Como o Natal estava aí à porta, recebi de um amigo o livro Jesus de Nazaré – A Infância de Jesus.
Não demorou muito a que o começasse a ler, nem muito tempo para o terminar.
Apesar da enormidade de trabalho, lá fui lendo, entre uma e outra pausa, o
pequeno livro de uma centena de páginas (pouco mais é que isso). A verdade é
que, uma vez mais, Bento XVI obriga o leitor a recorrer àquele livro que devia,
na sua grande maioria, ser o que devíamos ler todos os dias: a Bíblia. E isto
porquê? Porque Sua Santidade, apesar de referir e citar os textos, fala das
narrações da infância de Jesus em São Mateus e São Lucas. Ora, se não tivermos
bem presentes os textos, muito daquilo que o autor diz, passa-nos ao lado. É
claro que isto é uma opinião minha.
Bem, Bento XVI começa por falar sobre a questão da origem de Jesus,
passando pela anunciação, nascimento de João Baptista, nascimento de Jesus, etc
(para mais informações, nada melhor que ler o livro). Muitas das questões à
volta destes temas são esclarecidos de uma forma simples. Outros assuntos são,
também para mim, uma autêntica novidade.
Como seria de esperar, a parte em que Bento XVI explica o porquê do
burro e da vaca, tem sido motivo de risada e de chacota entre os média e não
só. E isto suscitou-me um pequeno pensamento que queria partilhar: se a Igreja
não esclarece alguns assuntos, é porque são mentira, são assuntos secretos, a
Igreja é uma sociedade secreta, etc, etc. Quando a Igreja vem esclarecer alguns
assuntos, todos ficam escandalizados, todos acham que a Igreja é só mentiras. Então,
digam-me, o que preferem? Ser esclarecidos ou continuar eternamente na
ignorância? Mas que nenhum presépio prescinda do burro e da vaca!
Resumindo: é óbvio que só posso aconselhar a leitura deste livro a
toda a gente, porque é algo muito bom. E uma boa leitura de Advento. Seria bom
que a grande maioria dos cristãos lesse este livro e explicasse à outra parte,
pois assim todos teriam o conhecimento das coisas como elas são.
Outro assunto de que vos quero falar é o facto de já ter ouvido mais
de uma centena de vezes que o Natal já terminou. Bem, deve ter terminado para
os não cristãos, porque, para nós cristãos, o Natal continua. Mas entristece-me
ouvir a expressão de que o Natal já terminou da boca de um cristão, quando
ainda estamos na oitava do Natal.
Para esclarecer aqueles que tenham dúvidas, o Tempo de Natal vai da
Véspera de Natal até ao Baptismo do Senhor que, neste (?? Próximo??) ano será a
13 de Janeiro. Só depois é que acaba o Natal e poderemos dizer que o Natal já
terminou, apesar de eu achar que o Natal devia ser todo o ano, pois todos os
dias devíamos fazer nascer no nosso coração o Deus feito homem.
O terceiro e último ponto de hoje é sobre a festa que a Igreja hoje
celebra: A Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Sobre este tema, nada melhor
que recorrer ao velhinho texto de São Paulo aos Colossences, a segunda leitura
da Eucaristia de hoje:
«Esposas, sede submissas aos
vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as
trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isso
agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em
desânimo.»
Este deve ser o comportamento das nossas famílias. Posso estar errado
ou ir contra a opinião de muitos, mas se muitos dos casais fossem assim, não
existiriam tantos divórcios, separações, falta de compromissos, etc. Já diz o
velho ditado de que «Filho és, pai serás.».
Então, se os pais cultivarem nos filhos valores como a misericórdia, a bondade,
a humildade, a mansidão e a paciência, então os filhos de hoje, enraizarão,
como pais amanhã, esses valores nos seus filhos.
Bem, hoje foi um bocadinho maçador, mas espero que tenha valido a pena.
Desejo-vos muita prosperidade no ano que se irá iniciar e, apesar de todas as
más premunições para o próximo ano, que na vossa vida existam muitos sorrisos,
muita diversão, muita concretização pessoal. Que o pior de 2013 seja o melhor
deste ano. Divirtam-se, alegrem-se, amem, disfrutem a vida. Sejam um testemunho
de vida para aqueles que vos rodeiam. Sejam vocês mesmos. Santo 2013 e um Santo
Natal. Ah, como diria Raúl Solnado, «façam
o favor de serem felizes».
Até para o ano!
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
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