Eram três da manhã, do dia 28 de Junho, quando os quatro peregrinos saíram de Dornelas (Aguiar da Beira). Depois de um breve pequeno-almoço, colocámos as mochilas às costas e, de cajado na mão, lá foram os peregrinos em direcção a Fátima.
Ao fim de uns metros e de sair de Dornelas, decidimos começar a caminhada com a oração Mariana.
E lá foram, os quatro seminaristas, Cristóvão, Ismael, Ivo e Paulo Vicente, em peregrinação até ao Santuário da Mãe.
Pelas seis e trinta da manhã fizemos a primeira paragem em Penalva do Castelo para tomar o pequeno-almoço.
Quando o relógio bateu as nove, já nos encontrávamos em Mangualde, onde fizemos uma paragem para nos refrescarmos.
Três horas depois estávamos em Nelas para almoçar.
Após o almoço, a caminhada foi em direcção a Carregal do Sal, com paragem à entrada de Canas de Senhorim, onde nos encontrámos com o André, Pe. Marco e o Pe. Mauro. À hora do lanche fizemos “escala” na Lapa do Lobo, onde uma amável senhora nos deu fruta fresca.
Quando chegámos a Carregal do Sal já o relógio marcava as vinte e pouco. Ficámos nos Bombeiros, onde nos deram cama, banho e tratamentos. Jantámos e só pelas vinte e duas e quinze é que nos deitamos para dormir. Estavam feitos cerca de sessenta quilómetros.
Quarta-feira: sete e vinte da manhã. Hora de saída de Carregal do Sal. Agora é em direcção a Torres do Mondego. Infelizmente às oito e pouco, o Ivo deixou-nos pois estava com algumas dificuldades.
Pelas dez horas e dez minutos o Pe. Marco trouxe-nos o pequeno-almoço. Uma pequena paragem de vinte minutos numa estação de serviço e pelas catorze horas estávamos a almoçar.
Eram vinte e uma e pouco da noite quando chegámos a Torres do Mondego. Os últimos dez quilómetros foram sem dúvida os mais dolorosos. Mas mais cinquenta quilómetros estavam feitos. E a equipa da Maria João foi fabulosa.
Quinta pela manhã: seis e vinte da manhã. Torres do Mondego ficaram para trás e a dormida é em Pombal. Depois de algumas paragens, de quase seis horas de caminho, foi hora de almoçar.
Pelas dezasseis horas e quarenta minutos, o Pe. Marco, o Ivo e o André vieram ter connosco para nos dar o lanche.
Eram já vinte horas e quarenta e cinco minutos, quando entrámos em Pombal, ao encontro dos meus avós que nos trouxeram o Jantar.
Depois a dona Maria e o seu marido vieram buscar-nos para pernoitarmos.
Seis e meia da manhã retomámos caminho. O quarto dia foi sem dúvida o melhor. As dores já não nos maçavam muito. Até cantávamos Deolinda : “As minhas moletas, deitei-as fora. A minha marreca, já não me entorta. Ó senhor doutor, esta doença só me dá para dançar.”
Ao meio dia e vinte e cinco, estávamos na Carangujeira para almoçar. Já só faltavam quinze quilómetros. A saída foi às catorze, com alguma chuva. Mas nada nos fez desistir. Três horas depois estávamos a entrar no Santuário.
Palavras para descrever o sentimento, não existem. Uma paz, uma alegria. Uma miscelânea de sentimentos.
É fabuloso como descrevemos três dias tão rapidamente. Mas nem tudo foi tão rápido. De todas as experiências, esta foi uma muito boa.
Falham-me as palavras para descrever. Mas é reconfortante. Principalmente por todo o apoio que recebemos pelo caminho: camionistas a apitar, pessoas a desejarem-nos boa viagem, pela caridade com que as pessoas nos receberam. Também o apoio recebido por mensagem, Facebook, ou por outras formas foi muito encorajador. Assim, um bem haja a todos e um muito obrigado!
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
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