Começou ontem, dia 6, e vai até ao dia 13 de Novembro a
Semana dos Seminários. Esta semana é dedicada a todos os Seminários
(seminaristas e formadores) e à oração por eles. Os seminários são o coração
das dioceses e têm como finalidade «a formação dos futuros presbíteros,
pastores da Igreja» (Pastor dabo vobis [PDV] 61). Estes, os presbíteros, «são
configurados a Jesus Bom Pastor e são chamados a imitar e a reviver a Sua
própria caridade pastoral» (PDV 22).
Assim, pegando no guião desta semana, decidi fazer uma
pequena “catequese” tendo como base a Catequese para os Jovens e Adultos,
presente no guião.
«Formar Pastores consagrados totalmente a Deus e ao Seu
Povo»
É comum ouvirmos a expressão “eu sinto vocação”. Mas será a
vocação um sentimento? Verdadeiramente a vocação não se sente, pois esta é, na
verdade, uma certeza interior que nasce pela graça de Deus e que, tocando-me o
coração, me pede uma resposta livre. Se a nossa resposta for favorável e Deus
nos tiver chamado, então a certeza irá crescer.
A vocação não é, nem deve ser considerada como tal, um
refúgio para aqueles que temem a vida, nem uma carreira qualquer: a vocação
sacerdotal é um risco do amor confiando-se às mãos de Deus. É então uma bela
história de amor.
Então, o que é a vocação?
Deus, chamando-nos, não nos impõe nada: deixa-nos agir
livremente. Então, se Ele nos chama, devemos dar-Lhe uma resposta. E ao
respondermos, Ele dá-nos uma missão. Desta forma, a vocação é chamamento – resposta
– missão.
Mas como entendemos este chamamento – resposta – missão?
Bem, quando Deus nos chama, chama-nos gratuita e
amorosamente, manifestando, assim, o amor gratuito de Jesus, que, com o Pai,
realiza em nós um acto imperioso, irresistível mas que respeita a nossa
liberdade. A nossa resposta é a manifestação da nossa disponibilidade,
comprometendo-nos, para toda a vida, ao seguimento de Jesus Cristo. Mas esta
resposta não pode ser dada por outra pessoa por nossa vez. Não, ela é pessoal,
livre, consciente e responsável. Tudo o que for contrário a isso pode levar a
uma vida que não desejamos. Dada a resposta, se positiva, Deus dá-nos a missão
de edificarmos o seu Reino em comunidade, sendo no mundo Sinal do infinito amor
de Deus por todos nós.
«Num tempo em que muitos sonhos se concretizam, pode parecer
ocioso falar de horizontes que persistem à nossa frente […].
Todavia, nunca como hoje, o ser humano experimentou uma tão
forte sensação de angústia, de desconforto e de vazio.
Julgando ter atingido o máximo dos seus anseios, o Homem
sente-se novamente atirado para o início do caminho.
A impressão que predomina é que, chegando tão longe, o Homem
acabou por se distanciar perigosamente de si mesmo.
[…] Épocas como a nossa encerram grandes problemas, mas não
são igualmente portadoras de perspectivas aliciantes.»
Todos conhecemos a história de Samuel. Ele é, para mim, um
dos exemplos de como responder ao chamamento de Deus. Mas estaremos nós
preparados para responder como ele? Seremos capazes? Mas, ao mesmo tempo, será
que estamos disponíveis para acolhermos o Grande Dom da Vocação se Ele nos
chamar a colocarmos a nossa vida ao serviço do Seu povo na Igreja?
A sempre presença de Deus envolve-nos; a Sua palavra não cessa
de ecoar; todo o nosso ser está habitado pelo amor de Deus. Precisamos de fazer
irradiar a Sua presença, anunciar a Sua palavra, demonstrarmos a força do Seu
amor.
Deus chama-te: como respondes? Ele precisa de ti…
Senhor Jesus, Bom Pastor,
que em obediência ao Pai
dais a vida pelas ovelhas,
concedei-nos as vocações sacerdotais
de que a Igreja e o mundo tanto necessitam.
Fazei que as nossas famílias e comunidades
sejam campo fértil, onde possam germinar.
Abençoai o trabalho apostólico
dos sacerdotes, catequistas e educadores
para que acompanhem a vocação sacerdotal
Daqueles que escolheis.
Dai aos jovens seminaristas a coragem de Vos seguir
e o dom de configurarem o seu coração com o Vosso.
E que Santa Maria, Vossa Mãe, Rainha dos Apóstolos,
os guie e proteja, até chegarem a ser
pastores consagrados a Deus e ao Seu Povo.
Ámen
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
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