domingo, 27 de novembro de 2011

Tempo do Advento


Chegámos, finalmente, ao tempo de Advento. As montras das lojas já exibiam o tempo natalício, mas só hoje começou o tempo de preparação para a Grande Vinda.
Como no ano passado, podes ver aqui, deixo-vos uma imagem, criada por mim, para este tempo.


Este ano, muito simples, a imagem mostra-nos José e Maria em caminho para o nascimento de Jesus. Também nós fazemos, durante os quatro domingos do Advento, um percurso de preparação, de rever as nossas vidas e prepara-las para o nascimento de Jesus. O nosso coração deve tornar-se pobre e humilde, para melhor receber Jesus. Ao cimo, a palavra Maranatha. Para quem não sabe, esta palavra de origem aramaica (מרן אתא), que significa “O Senhor vem”. E é esta esperança que nos anima, a esperança e a certeza de que ele vem até nós, e que vem, nesta época, de forma especial: em forma de criança. Os ramos floridos são, simbolicamente, a lembrança da promessa do rebento do tronco de Jessé. A cor branca, sinal de esperança, e o roxo a cor litúrgica deste tempo.

Hoje, acendemos a primeira vela da coroa do Advento. É de origem germânica.  No Inverno, acendiam-se algumas velas que representavam o “fogo do deus sol”, com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltasse. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar, relacionando-a com Jesus Cristo.
No séc. XVI torna-se símbolo do Advento nas casas dos cristãos. Este uso difunde-se rapidamente e implanta-se também na América.
No séc. XIX começou a colocar-se a coroa de Advento nas igrejas.
Existe uma tradição que sugere o nome das quatro velas: vela da Profecia, vela de Belém, vela dos Pastores, vela dos Anjos.
A sua forma circular indica a perfeição, a plenitude a que devemos aspirar na nossa vida de cristãos. O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.
Como coroa, significa a dignidade, a realeza que Cristo veio outorgar ao cristão, isto é, a honra, a grandeza, a alegria, a vitória. (Em Ap 4,4-10 Cristo aparece como soberano e em Ap 14,14 tem uma coroa na cabeça como o próprio Deus). É a “coroa dos eleitos”. Uma coroa é usada em diversas ocasiões: a noiva no casamento, as crianças em certas festas, na sepultura como sinal de uma vida plena. A coroa de Advento significa também a plenitude dos tempos.
Os ramos verdes significam também o senhorio de Cristo sobre a vida e a natureza, dons de Deus. Verde é a cor da vida e da esperança. Deus oferece-nos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida.
A luz que se acende indica o caminho, afasta o medo e fomenta a comunhão. A luz das velas é símbolo de Cristo, luz do mundo.
As quatro velas da coroa simbolizam cada uma das quatro semanas do Advento. Acende-se uma vela em cada semana; uma na primeira, duas na segunda, três na terceira e quatro na quarta, simbolizando a nossa ascensão gradual para a plenitude da luz do Natal. No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Recorda-nos a experiência da escuridão do pecado. À medida que se vai aproximando o Natal, vamos acendendo uma a uma as quatro velas, representando assim a chegada do Senhor Jesus, luz do mundo, que dissipa toda a escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada.
Findo e desejo-vos, a todos, um bom Advento! 




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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