terça-feira, 10 de maio de 2011

Gente da minha terra...

Foi na esquecida terra de São Pedro do Sul, outrora terra de grandes visitas, que nasceu o poeta português António Corrêa d’Oliveira, no ano da graça de 1878.
Estudou no Seminário de Viseu, indo, posteriormente, para Lisboa, onde trabalhou como jornalista no Diário Ilustrado.
Casou com uma rica proprietária minhota e fixa-se na freguesia de Antas, do concelho de Esposende, na quinta Casa de Belinho que ainda hoje existe.
Grande poeta neogarrettista, foi um dos cantores do Saudosismo, juntamente com Teixeira de Pascoaes e outros. Esteve também ligado aos movimentos culturais Integralismo Lusitano e da revista Águia, Atlântida, Ave Azul e Seara Nova.
Monárquico convicto, transforma-se num dos poetas oficiosos do regime salazarista (Estado Novo), com vários textos escolhidos para os livros únicos de Língua Portuguesa do sistema de ensino primário e secundário.
Corrêa d’Oliveira foi o primeiro Português a ser nomeado para o Prémio Nobel, em 1933, e foi o único Português com maior número de nomeações (15). Mas como a sua literatura era patriótica e impregnada de doutrina cristã, nunca ninguém o refere.
A própria vencedora do Prémio Nobel, Gabriela Mistral, declarou que não merecia o prémio estando presente o autor do “Verbo Ser e Verbo Amar”.
Morre em 1960 na sua quinta.
Deixo-vos um dos seus poemas, para que disfrutem da escrita deste homem da Beira e de Lafões.

Língua portuguesa

Madre Língua portuguesa, 
sombra dos coros divinos;
- Milagre da Natureza:
De rouca e surda rudeza
Erguida em sons cristalinos!

Língua santa, onde há, escrita, 
esta palavra “Jesus”;
ou a ternura bendita
que nos diz: “Mãe” e palpita
na essência da própria luz.

Alta espada de dois gumes,
castelo das cem mil portas:
Língua viva, que resumes,
- rescaldo de tantos lumes! –
o génio das línguas mortas ...

Foste a leal companheira
dos meus avós: Quantas vezes,
- Tuba de oiro, à dianteira,-
junto a Deus, à sua beira,
chamavas os Portugueses!

Foste, a abrir-nos o caminho –
mais do que em mão de Gigante,
brônzea espada chamejante ...
- Ó Rola dentro do ninho!
ó Leão dilacerante!

Ouvi! - A Língua é Bandeira
da Pátria que reza e canta:
Bendito quem, - entre tanta
De altiva cor estrangeira, -
à luz do Sol a levanta!

António Correia de Oliveira (do livro “A fala que Deus nos deu”)





Se quiserem ler algo mais, passem em http://toneldiogenes.blogspot.com/2010/07/antonio-correa-d-oliveira.html

Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

1 comentário:

  1. e de sã e boa poesia que eleve
    e faça o pátrio orgulho crescer
    precisa este pedaço de povo
    este Portugal a sofrer...

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