domingo, 4 de dezembro de 2011

Sinto em mim...


Sinto em mim, a saudade de correr pelos campos…
Sinto em mim, o desejo de gritar infinitamente…
Busco no íntimo do meu ser uma resposta a toda a nostalgia que vive no meu coração. Saudades das pequenas coisas, das pequenas palavras, dos verdes campos, das velhas árvores, de tanta coisa.
E eu que não encontro uma razão para tudo isto.
Fecho os olhos e adormeço, enrolado entre lençóis e cobertores, enxugando as lágrimas na almofada.
E eis que adormeço e que os meus sonhos se obscurecem. As negras nuvens no céu, o ar quente a rodear-me, o cheiro da carqueja. E de repente, no céu, rebentam fortes luzes e, em rápidos instantes, um barulho entorpecedor ecoa pelos montes. A chuva começa a cair, e eu, caminhando, esboço um sorriso em meus lábios.
Entro, agora, nas profundezas das serras escarpadas, procurando as belas cataratas que surgem. O pequeno riacho de água pura e cristalina preenche agora o meu pensamento.
De novo o espaço muda. Agora encontro-me no meio da história, caminhando até ao velho mosteiro. As árvores abundantes fazem-se sentir uma paz e serenidade…
Mas num momento, num curto espaço de tempo, a noite cai e as estrelas brilham no céu. Estou deitado sob o firmamento, contemplando-as.
Mas de novo acordo.
Os meus sonhos levaram-me àquilo que eu tanto gosto: natureza, história, entre tantas outras coisas.
Levanto-me, olho pela janela, e as luzes da cidade entristecem-me. Todo o ruido, toda a poluição, toda a falsidade que aqui se vive leva-me a desejar voltar para a minha terra. Já não mais sinto o som dos riachos, nem o cheiro da carqueja. Já não mais me lembro do brilho das estrelas…
Mas uma certeza eu tenho: que as velhas memórias, as coisas que amo, voltarão a mim, sempre que eu feche os olhos e adormeça.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

1 comentário:

  1. pois, há sempre mundos tão nossos, tão belos, mesmo que não possamos partilhar a sua singularidade e os seus efeitos em nós... em memória, podemos sempre voltar a eles... mas, fazem parte do mais fundo, do mais secreto, não apenas da nossa mente, mas do nosso coração...
    e que bom podermos neles viajar...
    boas viagens, amigo...

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