Sinto em mim, a saudade de correr pelos campos…
Sinto em mim, o desejo de gritar infinitamente…
Busco no íntimo do meu ser uma resposta a toda a nostalgia
que vive no meu coração. Saudades das pequenas coisas, das pequenas palavras,
dos verdes campos, das velhas árvores, de tanta coisa.
E eu que não encontro uma razão para tudo isto.
Fecho os olhos e adormeço, enrolado entre lençóis e
cobertores, enxugando as lágrimas na almofada.
E eis que adormeço e que os meus sonhos se obscurecem. As
negras nuvens no céu, o ar quente a rodear-me, o cheiro da carqueja. E de
repente, no céu, rebentam fortes luzes e, em rápidos instantes, um barulho entorpecedor
ecoa pelos montes. A chuva começa a cair, e eu, caminhando, esboço um sorriso
em meus lábios.
Entro, agora, nas profundezas das serras escarpadas, procurando
as belas cataratas que surgem. O pequeno riacho de água pura e cristalina
preenche agora o meu pensamento.
De novo o espaço muda. Agora encontro-me no meio da
história, caminhando até ao velho mosteiro. As árvores abundantes fazem-se
sentir uma paz e serenidade…
Mas num momento, num curto espaço de tempo, a noite cai e as
estrelas brilham no céu. Estou deitado sob o firmamento, contemplando-as.
Mas de novo acordo.
Os meus sonhos levaram-me àquilo que eu tanto gosto:
natureza, história, entre tantas outras coisas.
Levanto-me, olho pela janela, e as luzes da cidade
entristecem-me. Todo o ruido, toda a poluição, toda a falsidade que aqui se
vive leva-me a desejar voltar para a minha terra. Já não mais sinto o som dos
riachos, nem o cheiro da carqueja. Já não mais me lembro do brilho das estrelas…
Mas uma certeza eu tenho: que as velhas memórias, as coisas
que amo, voltarão a mim, sempre que eu feche os olhos e adormeça.
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
pois, há sempre mundos tão nossos, tão belos, mesmo que não possamos partilhar a sua singularidade e os seus efeitos em nós... em memória, podemos sempre voltar a eles... mas, fazem parte do mais fundo, do mais secreto, não apenas da nossa mente, mas do nosso coração...
ResponderEliminare que bom podermos neles viajar...
boas viagens, amigo...