domingo, 11 de dezembro de 2011

Domingo Gaudete II


Estamos já no III Domingo do Advento. Este é chamado o Domingo Gaudete, Domingo da Alegria.


Dentro de duas semanas estamos a celebrar o Natal.
No passado dia oito de Dezembro prometi escrever-vos. Mas quando chegou a hora, não sabia o que vos dizer. Sobre a “história” da Imaculada Conceição, já vos tinha falado (podeis reler aqui). Pensei, então, em falar-vos da passagem do livro do Apocalipse onde se fala da Imaculada Conceição, mas pensei que vos iria maçar. Então não vos cheguei a escrever. Mas deixo-vos o texto para quem quiser ler. Quem não quiser, salta-o.

«E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.
E viu-se outro sinal no céu; e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas.
E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.
E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos;
Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.
E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.
Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.
E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem.
E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar.
E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo.»
Apocalipse 12:1-17

Há dias partilharam uma imagem no Facebook e eu não pude deixar de a partilhar com os meus amigos. Hoje partilho-a convosco, meus leitores. A vós, a imagem:



E na verdade, eu hoje sinto-me assim.
Existem datas, acontecimentos, na nossa vida que nos marcam profundamente. E, na minha vida, aconteceu um há precisamente oito anos. Recordo-me daqueles dias como se fosse hoje.
Eram pelas nove da noite, estando eu nas escadas que desciam da capela para o refeitório do Seminário Menor em Fornos de Algodres, quando senti uma forte dor no peito. Estávamos no Jantar de Natal do Seminário, com os professores da escola, e iríamos começar a animação. Pensei para comigo: «são nervos» e segui. Tudo correu bem.
No dia seguinte, pela manhã, recebi a notícia que mais me marcou.
Agora, oito anos depois, estou sentado à secretária, a escrever-vos estas palavras, com um grande aperto no coração e com as lágrimas a escorrerem-me pelo rosto.
Sinto muitas saudades e um vazio no meu coração.
Há pouco dizia-vos que me sentia como a imagem. Pois é verdade. Hoje, no meio de tanta gente, tive que dar um sorriso, estar alegre e brincar com as pessoas. Mas por dentro tudo era contrário ao exterior.
Mas eis que chega a noite. E no refúgio do meu quarto liberto tudo aquilo que senti durante este dia.
Há sete anos que trajo preto neste dia. E hoje não foi excepção.
11 de Dezembro de 2003, o dia em que um pouco de mim me deixou.
Ainda te trago no meu coração. Ainda te amo. Mas sei que estás melhor do que eu.
Lá fora a lua brilha, tapada, por vezes, pelas nuvens que não querem partir. E eu despeço-me. Boa noite!



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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