domingo, 26 de setembro de 2010

Pára, escuta e olha!

Caros amigos, o retiro findou e eu estou de volta.
Queria dizer que aproveitei este belo retiro a 100%, mas a minha consciencia não mo permite dizer.
Este retiro baseou-se, acima de tudo, na comunidade e no nosso futuro.
Reflectimos sobre o que é ser padre nos dias de hoje: não é uma profissão, mas sim um serviço ao qual Deus nos chamou.
Contudo, antes de me avançar mais no tema, queria partilhar convosco a definição que encontrámos para a palavra retiro: retiro não é um ciclo de conferências, mas sim tempo de Parar, Escutar, Olhar. É também um tempo de silêncio: não apenas físico, material, mas acima de tudo uma atitude interior, espiritual. Não é um quietismo ou apatia, mas vida interior intensa.
Este silêncio “rodeia o mistério de Deus”. Já no Antigo Testamento está presente este silêncio para escutar: “Escuta Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças.” (Dt 6, 4 – 5)
Para aprendermos este silencio há que aprender com o Grande Mestre, Jesus Cristo: durante 30 anos, levou uma vida escondida. Durante 40 dias no deserto; noites inteiras sem uma palavra; perante Pilatos e Herodes; e o maior mistério do silêncio: 3 dias de silêncio na sepultura.
Contudo, um grande exemplo para nós é tambem Maria: Maria contemplava mais Jesus do que pedia explicações; refúgio nas horas mais dificeis.
Na vida espiritual a solidão e o silêncio existem para que aconteça a presença e experiência de Deus.
A vida cristã o que é? Para Paulo é uma vida em Cristo, guiada pelo Espírito Santo para servir ao Deus vivo e verdadeiro, e destinada pela ressurreição à união eterna com Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
Mas, na verdade, quem sou eu?
Um simples humano? Uma simples cadeia de células unidas formando este corpo?
Não! Sou muito mais do que isso: sou uma criatura de Deus, agradecida, reverente e serviçal…
Sou um crente chamado a seguir “Cristo Nosso Senhor”, que me convida a colaborar com ele na maravilhosa aventura de conquistar o mundo para Deus.
Contudo esta procura a Deus é uma grande aventura: uma aventura sem fim. Este problema coloca-se em qualquer idade da vida: temos o exemplo de Madre Teresa que andou milhentos anos à procura da verdadeira Fé!
Como chamado que fui, o meu horizonte é ser um Sacerdote “cura almas”.
João Paulo II dizia: “Um sacerdote sem utopia no seu próprio ministério, um sacerdote desmotivado é um homem triste e um motivo de tristeza para os demais”.
Na origem de qualquer vocação há uma eleição, gratuita por parte de Deus…
A acção desta chamada ao sacerdócio, fica contagiada pela Divina Paixão pelo Homem.
Esta procura de Deus faz-se pala Oração: sem ela nunca conseguiremos encontrar verdadeiramente o Divino.
Numa adoração constante que realizámos ao Santíssimo Sacramento do Altar, a nossa oração foi de intercessão pelos outros: e quando digo outros refiro-me aos que me rodeiam, aos que eu não amo como devia amar, aos que eu não conheço, mas que Deus conhece.
Contudo vou confessar-vos uma coisa: eu sou invejoso.
Acreditem, que foi muito dificil para mim rezar pelos outros: antes estava habituado a chegar junto de Deus e pedir para mim e, uma ou outra vez, pedir por outra pessoa. Mas nada mais.
Cheguei à conclusão que sou uma má pessoa, uma pessoa que só olha para o seu umbigo, que só se importa consigo mesmo.
Mas, e como na vida há sempre um mas, este retiro ajudou-me bastante a reconhecer isso e assim melhorar.
Espero que tenham um Santo Domingo, na Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo que é Deus com o Pai na unidade com o Espírito Santo!


Ismael Sousa

1 comentário:

  1. Realmente foi um tempo para parar, escutar e olhar! Um retiro que lançou as bases a serem trabalhadas para que o ano corra pelo melhor...
    Assim seja!
    Forte abraço.
    Parabéns pela escolha da foto: apropriada e fantástica =)

    ResponderEliminar

Obrigado pelo comentário!