sábado, 19 de fevereiro de 2011

Herança

Mais uma morte. Mais um pedaço de Portugal se perdeu.
Há quem diga que a nossa cultura está nos museus; que a nossa história está nas grandes ruas das grandes cidades, nas casas velhas, nas ruínas.
Eu também acho que sim: a nossa cultura está nos museus; a nossa história, também presente nos museus, está nas velhas ruas de todas as cidades, nas velhas casas que para muitos não passam de lixo. Nas velhas ruínas que são devastadas para darem lugar a um novo centro comercial. Que está nos livros que hoje já ninguém lê. Mas está também naquelas pessoas que mandamos constantemente para os lares.
E hoje falar-vos-ei sobre essa rica herança que se está a perder, residindo nos túmulos daqueles que a possuíam.
Falava-se hoje na riqueza das orações que a velha avozinha nos ensinava e isso fez-me pensar verdadeiramente.
Quantos de nós não se lembram dos velhos cozinhados da “vovó”, com aquele sabor típico que só ela conseguia fazer e que em dias de festa tanto nos adoçava a boca? Quantos de nós não se lembram das velhas cantigas que o velho homem de boina, quando nos sentava no seu regaço ou sentados à volta da lareira, nos cantava? E as velhas lendas e histórias?
Ah como eram belos esses tempos.
Pois é, mas estas belas coisas vão-se perdendo diariamente sem que ninguém se lembre; vão-se apagando das nossas memórias e da memória do mundo.
Hoje tudo isso se torna supérfluo, e a história vai-se apagando.
Mas não haverá quem as queira recordar? Não haverá quem se interesse por essas coisas?
Pois bem, com essas recordações na memória, deixava o desafio de voltarem a perguntar à avó sobre isso, a gravarem de uma ou de outra forma, para poderem transmitir às gerações vindouras, para que não se perca mais um pedaço da nossa velha e antiquíssima cultura!




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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