quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O homem

A noite já chegou. O dia já terminou.
Lá fora a lua brilha, o céu está estrelado.
Dizem que, no princípio, Deus criou o dia para o homem e a noite para os animais…
Bem, na verdade, os animais começam a sair agora das suas tocas, para na calma e no silêncio da noite procurarem o seu alimento.
Do lado de fora do meu quarto os mochos “falam”, os gatos miam, os cães ladram…
Está lua cheia e no meio de tanto “falar” dos animais um som se destaca.
Ao longe, no cimo do monte, um lobo uiva. A ele junta-se o uivar de mais dois ou três lobos. Do seu uivar fazem uma bela melodia. E essa melodia, ainda que diferente de lobo para lobo, eleva-se para os céus…
Como é belo poder ouvir esta bela melodia de louvor ao Criador, que os animais, ainda que digam que não têm consciência, fazem subir aos céus e a dão a conhecer a todo aquele que permanece acordado.
Ainda que diferente de lobo para lobo, o sentido é o mesmo.
Como poderiam os homens aprender com eles. Se nós, homens, conseguíssemos, cada um à sua maneira, elevar um louvor perene ao nosso Criador, seríamos todos muito felizes!
Mas uma vez mais o criador foi esquecido. Este foi posto de lado, pois, como dizia Joseph Ratzinger no seu livro “Introdução ao Cristianismo”, carecia de função.
O homem, depois de viver num mundo em que Deus não tem lugar, depois de deixar de procurar o Criador, ocupando o seu lugar com vícios e outras coisas, perdeu o sentido da sua vida.
Como é costume, quando há algo que nos incomoda, começamos a desprezar. Por exemplo, começamos a ler um livro e, se as suas palavras nos incomodam, colocamos o livro de lado e nunca mais lhe pegamos. Se alguém nos diz coisas que nos perturbam, deixamos de lhes falar, a princípio cortando no tempo em que se está com essa pessoa, até acabar mesmo com a amizade.
O homem tornou-se repudiante, querendo viver simplesmente no seu canto, sem contacto com o resto do mundo, pois no seu canto é que está bem e ninguém o incomoda.
Ao fim de se darem tantas razões pelo estado da sociedade, porque não pegar neste pensamento e aprofundá-lo?
A sociedade está como está porque o homem se isolou, se fechou e não mais se preocupou com o que vive à sua volta!


Ad majorem Dei gloriam! 
 Ismael Sousa

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