“2012 O ANO DO FIM DO MUNDO”
Era assim que se apresentava a revista “Visão” do passado dia 18 de Novembro.
Quem quer que passasse os olhos por esta capa estaria tentado a comprá-la só para saber o porquê!
Já no interior da revista, o título mudava: “2012 A PROFECIA LUSITANA”. A pequena nota que se lhe seguia desvendava já um pouco desta notícia (ou não). “Há quem acredite que o mundo vai acabar, há quem espere ser salvo por naves extraterrestres […], depois do colapso da actual civilização, virá o renascimento. Milhares de portugueses mudam as suas vidas […] – e que o nosso país será um «farol» para o mundo…”
Quem está habituado a ler somente as letras gordas (o que diria da maioria das pessoas que enquanto espera por algo pega numa revista e lê as letras gordas, exceptuando quando se trata de fofoquices) ficaria logo alarmado com esta situação, o quem sabe, crescer-lhe-ia o peito pois, segundo este artigo, Portugal está na linha da frente da “Nova Era”.
Olhando para a imagem que ilustra este artigo, podemos ver algumas naves espaciais (que eu diria baseadas numa edição antiga de um filme, chamado, se não me falha a memória, de “Montanha Mágica”) vindas do céu na companhia de uns misteriosos astros que colidirão com a terra que se encontra sobre um mar de chamas e de lava. No cimo de um monte, lado a lado, encontramos Nossa Senhora de Fátima com uma ilustração Asteca.
Não fugindo à moda de ler as letras gordinhas, mudamos de página e deparamo-nos com um mundo maravilhoso, (tipo “Avatar”) com casa belas e homens com asas de água. Este mundo maravilhoso, segundo as letras gordas, é chamado de “O Império de Lis” que se situa, segundo André Louro de Almeida, junto às águas de Dornes, local onde, segundo André, notou que “existia uma certa doçura no ar, combinada com inteligência, como se a paisagem soubesse que estávamos ali… algo que era pura energia de união”.
Continuando assim a desfolhar a revista, encontramos agora uma secção dedicada ao “Ano de todos os perigos”. Nesta podemos ver as várias (e desculpem que o diga de uma maneira tão forte) falsas profecias sobre o ano 2012: desde a “Profecia Maia” até às “Tempestades Solares” (que a mim me parece a “tese” com mais credibilidade) passando por profecias de Índios, Zodíacos, profecias de Nostradamos, Hindus. Mas o cúmulo é, sem margem para dúvida, o “Código da Bíblia”. Bem, quem tenta tirar algum código/profecia da Bíblia é porque anda a ler Dan Brown a mais.
Na última página da entrevista conhece-mos Isaura França que diz que (e aí encontro mais um cúmulo dos cúmulos) “o segredo de Fátima aponta para uma noite de três dias” e que “o planeta vai inverter a rotação, mais ao menos como um iô-iô, que para e depois vem para cima”. Bem, toda a gente sabe que se o mundo parar de um momento para o outro era-mos todos projectados e ninguém sobreviveria. Agora não sei se Isaura o sabe… Ou será que os três dias que, segundo ela, o segredo de Fátima aponta serão os dias que passaremos mortos e depois ressuscitaremos para a vida eterna junto do Pai, do Filho e do Espírito? Bem, isso não sei, mas que a Isaura está enganada…
Ainda nesta última página é relatado alguns grupos que anunciaram o fim do mundo e que levaram os seus seguidores a acreditar que só se salvariam pela morte: Luc Joret matou cerca de 74 membros da sua seita (1994); em 1997, 39 seguidores de Heaven’s Gate suicidaram-se, colectivamente; Shoko Asahara justificou o ataque que os seguidores da sua seita fizeram, em 1995, no metro de Tóquio matando 12 pessoas e intoxicando 5 mil;…
Bem, de resto o que a notícia em si fala é em tentar desmistificar um pouco mais as seitas que para aí andam a surgir sem qualquer fundamento.
Por isso, o meu conselho é que se afastem desta gente antes que se apoderem de todos os vossos bens, antes que algo de mal vos aconteça…
Contudo, cada um é livre de acreditar no que quer, mas para mim só Deus é salvação e não acredito no fim do mundo no ano de 2012! Ah, e se pensam que Portugal será um pioneiro, desenganem-se!
Ismael Sousa
Chegou o crítico de sempre... Moi je... o próprio... xD
ResponderEliminarPrimeiro é conhecemos e não conhece-mos... (Eu sou assim... implico xD)
Segungo. Caríssimo esperava uma análise mais exaustiva e menos descritiva, revelando a opinião(ou opiniões) e mais profunda (menos análise de "letras gordas"). A análise ou crítica de um artigo deve abranger duas principais orientações. Por um lado, dizer o que se concorda e o porquê, reforçando a argumentação do artigo. E por outro lado, dizer o que não se concorda e o porquê, permitindo expor uma nova perspectiva sobre o assunto (é sempre importante ter mais que uma perspectiva sobre os mais diversos assuntos). Deve também incluir uma opinião/análise geral do artigo: se está bem escrito, se é claro, se induz opiniões ou se permite o livre arbítrio, etc.
Agora a minha defesa pessoal... "Bem, quem tenta tirar algum código/profecia da Bíblia é porque anda a ler Dan Brown a mais." Na realidade a Bíblia contém vários códigos e profecias. É toda ela uma metáfora, dando legitimamente asas a diferentes interpretações, sem que ninguém tenha direito de dizer se estão erradas ou não. É o que dá escrever metafóricamente! Existem códigos sim, nem que sejam de conduta. E existem profecias, mesmo que metaforizadas, elas estão lá. E basta falar apenas num exemplo... o último livro... o Apocalipse! E o problema não está em quem lê Dan Brown... mas sim em quem não tem capacidade de livre arbítrio ou de crítica e se permite a acreditar em tudo o que lê sem se questionar... E isso é mau seja para quem lê o Dan Brown ou para quem lê a Bíblia!
Prontus (eu sei que tem erro!) foi assim a minha intervenção crítica habitual xD You know me!
Cumprimentos, Nelson Sousa
O problema de leitura, está na intencionalidade com que o artigo é escrito: por exemplo, basta pensar na inclusão de elementos religiosos para mais cativar os leitores, como a verdadeira intencionalidade de incluir a imagem de nª srª de fátima (algo que tanto diz aos portugueses) para atrair e condicionar a opinião de mais leitores...
ResponderEliminarQuanto aos códigos discutidos... eu não lhe chamaria códigos, mas sim um género literário bíblico denominado apocaplíptico ( e que não se encontra apenas no apocalipse), que se expressa por simbologia e profecias que pedem uma leitura mais atenta e fundamentada, para que por vezes, se retirem elementos pontuais e deles se façam profecias por si.
E, já agora, o problema nunca esteve no livre arbítrio, até porque o homem foi criado com essa mesma capacidade de pensar e escolher... pena que ultimamente não a use e se deixe ir em correntes, mesmo as de profecias do fim do mundo, que se tem provado tão estéreis como as ideologias e manipulações que as produzem...
Não querendo concluir a discussão, apenas contribuindo para ela...
Acefalozinho continua a acreditar no teu deus que vais longe, devias era levar com um gato morto nos queixos até miar, para acordares.
ResponderEliminarOh....pessoazinhas.....
ResponderEliminarIgnoremos este senhor...pois o que ele quer é atençao!!!!!!