segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Não entendo!

Não consigo entender toda esta filosofia e ontologia que me ensinam. Tudo o que sei são fórmulas vagas para mim.
Procuro ir ao fundo destas vagas fórmulas mas não as consigo entender.
a fórmula mais vaga para mim é, sem dúvida, aquela que diz: "o ser é e o não ser não é".
Ora, o verbo ser está logo a indicar que este ser é algo. Ok, o ser é: é algo. Mas o não ser também : o não ser não é algo. Se não é A pode ser B. Isto é: o ser é A e o não ser não é A. Mas o não ser pode ser B, C, D, etc.
Mas o que é, afinal, o ser? A que se refere este ser? Pode o "ser" ser Ser, isto é, Deus? Ok, se assim caracterizamos Deus como A, então o ser é absoluto, omnipotente. É Deus. Por sua vez, se o não ser não é A, mas sim B, C, D, etc, então o não ser não é Deus, mas pode ser o homem, pode ser muita outra coisa. contudo a este nível põe-se a grande questão: mas o homem não pertence a Deus? Se o homem pertence a Deus não pode ser o não ser. Então, o que é o não ser? É o vazio, o nada, o inexistente? O não ser não pode ser o contrário de Deus? e o que é o contrário de Deus se Deus é tudo?
Continuo sem conseguir identificar o não ser.
Para mim, que creio em Deus, A é Deus, mas para aqueles que não crêem em Deus, que negam a sua existência, o que é o A?
A razão? Ora se A é a razão o não ser o que é? Nada.
O não ser não é. Mas não é o que? Se não é, não existe. Se partirmos do ponto de vista que o não ser não existe, então porquê a formulação do "ser é e o não ser não é"? Não seria bem mais fácil dizer-se que o ser é e o não ser não existe?
Estarei enganado? Certamente que sim!
No meio de tantas questões outras surgem e invadem o meu pensamento. Sócrates afirma que: "Só sei que nada sei!" Ora, ao contrário de muitos que usaram esta frase, Sócrates despoja-se de tudo afirmando que é, como se usaria na linguagem de hoje, um "nabo"! Mas qual a importância deste pensamento para a filosofia? Sabermos que nada sabemos? Ok, EU NÃO SEI NADA!
Descartes afirmou também que: "Penso, logo existo!" Bem, foram precisos alguns séculos até o Homem conseguir compreender que se pensa existe. Naturalmente, pois se não existisse não pensaria. Mas porque tanta filosofia em torno desta perspectiva mais que óbvia?
Dizia o professor de ontologia que o mundo não existiria sem o homem. Não compreendi! É natural que se o homem não existisse, o termo "mundo" não existiria, mas o ser cósmico existiria, independentemente da existência, ou não, do homem. O homem criou o termo, mas antes de criar o termo o ser cósmico já existia.
Por mais que me esforce para tentar compreender estas coisas, não consigo. Se o mundo é criação do homem, então tudo o que vejo é criação minha e todos nos vemos de forma diferente e não como somos na realidade!
Não compreendo, e continuo sem compreender.
Ad majorem Dei gloriam!






Ismael Sousa

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