Longe da minha terra,
Perdido na vida da cidade,
Relembro o verde da serra
Que me traz a saudade.
Serras da minha infância,
Ruelas do meu crescer,
Que em toda a circunstância
Da memória não hei-de perder.
São Macário lá no alto,
Cercado pela Gralheira.
Pelo pecado deste um salto,
Com as brasas da fogueira.
Cá em baixo o São Pedro
Desceu o rio perdido.
E no Lenteiro, tão cedo,
Das águas recolhido.
A Imaculada Conceição
Do Convento é formusura.
Aos seus pés todos vão
Com amor e ternura.
Desce a Direita até à Matriz,
Pela calçada de pedra fria.
Passando a casa de Reriz,
Que todo o povo queria.
Pelo Chão do Mosteiro,
À estação vamos dar.
Já não se houve o sineiro
Do comboio a chegar.
Da Lapa o Vouga vem,
Por entre serras e colinas.
A ele se junta o Sul também,
Lá do fundo das rapinas.
Segurando a palma na mão,
Do alto és senhoria.
Santa Eufémia, com chuva ou não,
O povo vai em romaria.
De carqueija se cobre a serra,
Pelas cabras percorrida.
É esta a minha terra
Pela saudade bem sentida.
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
Excelente! :)
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