sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Poesia à minha terra.

Hoje, num momento de lazer, peguei na caneta e escrevi sobre a minha terra. Há muito que não escrevia poesia (ou uma tentativa da mesma), muito menos com versos em rima. Mas hoje, recordando os tempos de escola em São Pedro do Sul, saiu-me algo. Espero que gostem.


Longe da minha terra,
Perdido na vida da cidade,
Relembro o verde da serra
Que me traz a saudade.

Serras da minha infância,
Ruelas do meu crescer,
Que em toda a circunstância
Da memória não hei-de perder.

São Macário lá no alto,
Cercado pela Gralheira.
Pelo pecado deste um salto,
Com as brasas da fogueira.

Cá em baixo o São Pedro
Desceu o rio perdido.
E no Lenteiro, tão cedo,
Das águas recolhido.

A Imaculada Conceição
Do Convento é formusura.
Aos seus pés todos vão
Com amor e ternura.

Desce a Direita até à Matriz,
Pela calçada de pedra fria.
Passando a casa de Reriz,
Que todo o povo queria.

Pelo Chão do Mosteiro,
À estação vamos dar.
Já não se houve o sineiro
Do comboio a chegar.

Da Lapa o Vouga vem,
Por entre serras e colinas.
A ele se junta o Sul também,
Lá do fundo das rapinas.

Segurando a palma na mão,
Do alto és senhoria.
Santa Eufémia, com chuva ou não,
O povo vai em romaria.

De carqueija se cobre a serra,
Pelas cabras percorrida.
É esta a minha terra
Pela saudade bem sentida.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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