O texto é de Paulo Monteiro, no jornal Correio do Minho:
Este nosso Mundo anda completamente às cambalhotas e um dia podemos ter surpresas e das grandes...Uma das últimas aconteceu no sábado, quando os ‘Homens da Luta’ venceram o Festival RTP da Canção, com ‘A luta é alegria’, com letra de Jel e música de Vasco Duarte. A escolha surpreendeu tudo e todos, uma vez que tinha ficado em sexto lugar na votação do júri mas que acabou por ser eleita com a votação do público.
Dizem que tudo não passou de uma forma de protesto e eu acredito. A música não tem qualidade nenhuma. Aliás, como a maioria das canções presentes ao festival. Mesmo o próprio festival já perdeu, há muito, qualidade, e já deixou de ter o impacto de outros tempos, sendo uma aposta menor da RTP.
Mas... se a canção vencedora o foi como forma de protesto é preciso ter cuidado...
Como dizia ontem Ferreira Fernandes, no ‘DN’, “a arma do povo é o televoto. Para o maior dos portugueses, elegeu Salazar; para os maiores do cançonetismo, os Homens da Luta.”.
O pior é se a onda de protestos deixa de ser em televoto e passa ao voto efectivo... Pode acontecer que, de um dia para o outro, tudo seja diferente, neste país, para pior, à custa do protesto... mal feito num simples voto.
É que já vi muitas ditaduras surgirem de... simples protestos!
Pois bem, é caso para pensarmos realmente no que queremos, e se não nos envergonhamos de eleger uns "palhaços" no Festival da Canção.
E depois ainda ouço gritar pelas ruas que "o povo é que paga". Que assim seja, pague pelas atitudes que teve!
O grito de revolta pode ser dado de outras maneiras, como fez um grupo chamado de "Geração à Rasca", ou como outros tantos.
Se pensam que os "Homens da Luta" vão para a frente do manifesto, bem podem esperar nos vossos sofás.
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
algo vai mal, neste «reino de palhaçadas»... ainda que seja carnaval...
ResponderEliminarnem qualidade, nem uma mensagem que reflicta mesmo este espírito de luta e de inconformismo de que carecemos... «raio» de escolha...
e o povo, «à rasca» ou não, precisa de acordar...