quarta-feira, 30 de março de 2011

Jesus cai pela primeira vez

III Estação – Jesus cai pela primeira vez

Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
Quia per sanctam crucem tuam redimisti mundum.

Isaías 53, 4-6
«Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si. Mas nós víamos n’Ele um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilhação. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas, e esmagado devido às nossas faltas. O castigo que nos salva, caiu sobre Ele, e por causa das suas chagas é que fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós.»

Depois de Lhe vestirem de novo as suas vestes, colocaram-lhe o madeiro nos ombros e fizeram-no “desfilar” pelas ruas de Jerusalém.
Este “desfilar” é como que um desfile alegórico, em que o povo ri dos que nele vão. O Filho de Deus é agora motivo de gozo, de risos. Mas Ele suporta, nos Seus ombros, essa cruz. Suporta o peso dos nossos pecados, o peso da soberba.
E Aquele Homem, extenuado pela flagelação, pelo peso da cruz e tudo o que ela traz consigo, cai no chão.
Este Homem, que é Deus, assumiu em Si a condição de servo, fazendo-Se semelhante aos homens, para fazer desaparecer o orgulho destes que são o motivo da Sua vinda.
Mas o homem caiu e continua a cair, colocando a ridículo o Criador.
Esta queda representa, em si, todo o itinerário de Cristo: a sua voluntária humilhação.
O Homem-Deus, humilha-se, mas o homem-terreno não suporta a humilhação. Somos orgulhosos, soberbos. E esta soberba está tão presente nos dias actuais. Desejamos emancipar-nos de Deus, acreditando que não temos necessidade do eterno amor, organizando a nossa vida sozinhos. E somos tão orgulhosos que somos incapazes de ver que caímos e que nos estamos a autodestruir.
E quando vemos alguém cair, rimos, desprezamos e não somos capazes de dar a mão para ajudar esse alguém.
Mas é na queda que Jesus supera a nossa soberba, ajudando-nos a levantar. Pudéssemos ver que caímos, que não somos auto-suficientes e a aprender a encontrar a nossa verdadeira grandeza, voltando-nos para Deus e vendo que, em cada pessoa caída, aí está Jesus.

O quam tristis et afflicta fuit illa benedicta Mater Unigeniti!




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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