segunda-feira, 28 de março de 2011

Jesus é condenado à morte

Hoje proponho, a vós, caríssimos leitores, uma caminhada.
Estamos em plena Quaresma, tempo em que se costuma celebrar a Via Sacra.
A Via Sacra é uma oração que tem como objectivo meditar na paixão, morte e ressurreição de Cristo.
É o reviver dos últimos momentos da sua vida na Terra.
São 14 estações, que nos ajudam a percorrer um caminho espiritual e a compreender melhor a pessoa de Jesus e o amor que teve por nós ao ponto de se deixar matar, sofrendo muito, para que todos nós aprendêssemos o que é verdadeiramente amar.
Por isso, proponho que ao longo destes catorze dias, meditemos em cada uma das estações.
Começamos hoje com a primeira estação da Via Sacra.



I Estação – Jesus é condenado à morte

Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
Quia per sanctam crucem tuam redimisti mundum.

São Mateus 27, 22-23.26
«Retorquiu-lhes Pilatos: “E que hei-de fazer de Jesus que é chamado Messias?” Replicaram todos: “Seja crucificado!” Pilatos insistiu: “Então, que mal fez Ele?” Mas eles gritavam mais ainda: “Seja crucificado!” (…) Solou-lhes então Barrabás. E a Jesus, depois de O ter mandado açoitar, entregou-O para ser crucificado.»

Depois do beijo frio da traição, Jesus é levado para ser condenado. Aquele que veio como Juiz do mundo é agora levado para ser condenado por um juiz terreno. E perante este juiz, Ele encontra-se ali, aniquilado, insultado e inerte. Mas este Pilatos não pode ser considerado um “monstro” pois ele sabe da inocência do Condenado que foi levado à sua presença. Mas muitas vezes, como a nós, acontece a divisão do coração: fazer o que está certo ou o que somos obrigados.
Depois de tentar a libertação de Jesus, Pilatos é forçado a fazer o que o povo lhe pede: solta Barrabás e manda açoitar Jesus entregando-O para a crucificação.
Também os homens que gritam pela condenação de Jesus não são “culpados”. Eles fazem-no porque os outros também o fazem, sofrem a influência dos outros. Não são assim nenhuma manifestação da malvadez, mas sim dos seus fracos corações. A consciência é posta de lado, a sua pequena voz não se ouve. A indecisão destes homens, que poderia ser o libertar de uma pessoa que não fez mal a ninguém ao serem “condenados” por toda a população, dá força ao mal, sem que eles se apercebam.
Também nós, hoje, somos levados pelo sucesso e pela reputação “condenando” pessoas inocentes, que nada de mal fizeram.
Nessa mesma noite, que poderia ser, no nosso imaginário, fria e escura, Jesus é traído por aquele a quem Ele tinha confiado a sua Igreja. Pedro nega-O três vezes.
Nessa mesma noite, o medo falou mais alto que a verdade. A corrupção foi maior: Judas trai Jesus por dinheiro; Pedro nega Jesus por medo.
Também hoje somos levados à corrupção, à traição, por medo ou por dinheiro.
Afinal, o que aconteceu acerca de dois mil anos atrás, vive-se hoje também.

Stabat Mater dolorosa iuxta crucem lacrimosa, dum pendebat Filius.



Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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