domingo, 27 de março de 2011

Tempos actuais...

Começou já um tempo de grande importância para a Igreja. E Igreja significa todos nós. Sabeis que Igreja, com letra maiúscula significa todos os fiéis e não apenas o espaço em si.
Este tempo de grande importância é a Quaresma.
Para as grandes festas da Igreja, há sempre um tempo de preparação: Advento para o Natal e Quaresma para a Páscoa.
Este tempo quaresmal começou com a quarta-feira de Cinzas. Essa quarta-feira foi dia de jejum e de abstinência. Jejum significa não comer nada. Abstinência é abdicarmos das coisas supérfluas e exageros que comemos. Ora, a Igreja dispensa o jejum para as pessoas com doenças, recomendando a abstinência para essa pessoas. Para as pessoas que não sofrem de problemas a Igreja recomenda o jejum. Durante toda a Quaresma só existem dois dias de jejum: quarta-feira de Cinzas e sexta-feira Santa. De resto, durante todas as sextas-feiras deste tempo o homem deve fazer abstinência.
Nas casas que ainda mantêm a tradição, a abstinência passa pela substituição da carne pelo peixe. Isto acontece porque, antigamente, a carne era mais cara que o peixe. Isto hoje não acontece, pois há carne bem mais barata que certos peixes. Contudo, em vez de se comer um polvo, um bacalhau ou uma truta, devemos optar por uma posta de peixe mais barata.
Mas a tradição perdeu-se e agora não se dá importância a isso. Mas é um erro. Um grave erro. Vós não ligais, pois na escola comeis carne nessas sextas-feiras: fiambre, chouriço, etc.
Como referia, na quarta-feira de Cinzas a missa é só depois do pôr-do-sol. Nessa missa é-nos relembrada a nossa condição de homens terrenos. Com a imposição das cinzas, somos relembrados de que somos pecadores.
Durante os domingos seguintes, são lidos os grandes e últimos feitos de Jesus.
Eis que então, no Domingo de Ramos, se dá a chegada triunfante de Jesus em Jerusalém.
Esta semana que se segue ao Domingo de Ramos é chamada a Semana Santa. A sua importância é tanta que o Papa Bento XVI lançou um livro, o segundo de uma colecção, sobre a Semana Santa.
A Semana Santa é o ponto culminante de todo o ano litúrgico. Nela celebramos os acontecimentos mais importantes do Mistério pascal: paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Inicia-se com a recordação da entrada triunfante do Senhor em Jerusalém (Domingo de Ramos), continua com a bênção dos Santos Óleos e a evocação da instituição do Sacramento do amor (quinta-feira Santa) seguindo-se a celebração do mistério da Cruz (sexta-feira Santa) culminando com a celebração sacramental do baptismo e da eucaristia que são o centro da Vigília Pascal e a meta de toda a Quaresma
O primeiro dia, Quinta-feira, começa com a Missa Crismal, pela manhã, que é onde são benzidos os Santos Óleos, que servirão para os baptismos, crismas, unção dos doentes. Depois os párocos levam os Santos Óleos para as suas paróquias em sinal de unidade com a Diocese.
É também nesta missa que os padres renovam a promessa de serem fiéis seguidores de Jesus, reafirmando o seu desejo de fidelidade ao Espírito Santo, que receberam com a imposição das mãos.
Desde os primeiros séculos cristãos, a Igreja celebra o mistério da salvação, nas suas três fases (Paixão, Morte e Ressurreição), no decorrer de três dias, que constituem o ponto culminante do ano litúrgico.
O Tríduo Pascal começa com a Missa Vespertina de Quinta-Feira Santa que tem o seu ponto mais alto na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
A missa Vespertina é intitulada de Missa Da Ceia Do Senhor. Foi na Quinta-Feira que Jesus instituiu a Eucaristia que hoje celebramos. Foi nessa mesma noite que recebeu o frio beijo da traição e foi levado a julgamento nessa mesma noite (ver Mt 26, 26-29 – Instituição da Eucaristia; Mt 26, 47-50 – Traição/prisão de Jesus; Mt26, 57-68 – Jesus no Sinédrio)
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e a morte do Senhor. Nesta celebração o Santíssimo é retirado do local habitual, os altares são desnudados, e as flores todas retiradas. A Igreja passa agora a ser uma casa comum.
No Sábado Santo, a Igreja permanece junto do sepulcro do Senhor, meditando na sua Paixão e Morte. Abstém-se do sacrifício da Missa, a mesa sagrada continua despida até à altura em que, depois da Vigília, se celebra a missa da Ressurreição.
O Domingo é um dia de enorme alegria pois Jesus Ressuscitou e habita entre nós. Em algumas terras mantém-se o costume da visita Pascal, em que o padre ou alguém delegado por ele leva a noticia da ressurreição do Senhor.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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