terça-feira, 5 de abril de 2011

Jesus cai pela terceira vez

IX Estação – Jesus é condenado à morte

Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
Quia per sanctam crucem tuam redimisti mundum.

Lamentações 3, 27-32
«É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja solidário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele; que ponha sua boca no pó: talvez haja esperança! Que dê sua face a quem o fere e se sacie de opróbrios. Pois o Senhor não rejeita para sempre: se Ele aflige, Ele se compadece segundo a sua bondade.»

Jesus volta a cair. O seu cansaço não o deixa avançar. Mas Ele permanece com a Sua cruz de madeira, com a nossa cruz dos pecados e da vergonha.
Pelo homem, o Homem volta a cair. Jesus cumpre as três quedas de que fala S. João. Jesus cumpre o que tinha dito: quem te bater na face esquerda, vira-lhe a direita. E Ele fá-lo, reforçando a Sua queda pela terceira vez.
Mas esta queda pode também representar a constante queda do homem, no seu afastamento de Cristo, e que depois caminha à deriva num secularismo sem Deus.
Não podemos esquecer de tudo o que Cristo tem sofrido na Sua própria Igreja. O abuso diante do Santíssimo Sacramento, o vazio e a ruindade no coração onde Ele entra.
Jesus cai, também, diante o abuso da sua Palavra, do celebrarmos somente para nós próprios, esquecendo-nos d’Ele. Cai perante a sujeira que há na Sua Igreja, a soberba, a auto-suficiência.
Jesus pregou a reconciliação, mas o nosso respeito por ela é tão pouco. Mas Jesus está lá à nossa espera para nos levantar das nossas quedas.
E isto tudo está na Sua paixão: a traição dos discípulos, a recepção indigna do Seu Corpo e do Seu Sangue, são certamente, o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassava o coração. E só nos resta o grito de Kyrie, eleison.


Eia, mater, fons amoris, me sentire vim doloris fac, ut tecum lugeam.




Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa

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