VI Estação – A Verónica limpa o rosto de Jesus
Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
Quia per sanctam crucem tuam redimisti mundum.
Isaías 53, 2-3
«O meu Servo cresceu […] sem distinção nem beleza que atraia o nosso olhar, nem aspecto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, afeito ao sofrimento, é como aquele a quem se volta a cara, pessoa desprezível, da qual se não faz caso.»
Salmos 27/26, 8-9
«Segredou-me o coração: “Procura a sua face!” É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto, nem rejeiteis com ira o vosso servo. Vós sois a minha ajuda, o Deus da minha salvação.»
Num acto puramente feminino, Verónica (ou Berenice, segundo a tradição grega) oferece um lenço àquele homem que leva o rosto ensanguentado.
Mas aquele rosto ficará marcado: não somente no lenço, mas também no seu coração. Sem o saber, Verónica está no cumprimento das bem-aventuranças que Jesus anunciara: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”.
Aquele gesto, que demonstra que nem todos se deixaram contagiar pela brutalidade, demonstra que, na realidade, naquele momento em que parecia que tudo estava para terminar, ainda existe uma réstia de esperança.
Os discípulos que acompanharam Jesus durante todo o tempo que antecede à paixão, abandonaram-no. Mas aqueles que não (ou pelo menos não se tem conhecimento disso) acompanharam Jesus, estão agora a seu lado, caminhando com ele, sofrendo com ele, limpando-lhe o rosto.
E é este amor que é manifestado nos momentos de dor, de sofrimento. É o amor verdadeiro, o amor de Deus.
Mas hoje são raros aqueles que se dispõem a limparem o rosto do irmão ferido.
Pro peccatis suae gentis vidit Iesum in tormentis et flagellis subditum.
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
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