Saí à rua, depois de uma extensa reunião, com um único propósito: ver a cara de pau dos políticos portugueses.
Contudo, mal saí pela porta, ouvi manifestos e pensei: "Ainda bem que te encontro". É claro que pensei que era o nosso querido e amado Presidente da República, que se andava a passear pelas nossas ruas.
Mas, quando dirigi o olhar em direcção aos gritos, reparei que não. Uma manifestação, com crianças e jovens, dirigiam-se para uma das principais ruas da nossa cidade: Rua Formosa.
A fila da frente sustinha um cartaz negro, onde, em grandes letras brancas, se podia ler: "S.O.S". Aquilo intrigou-me, mas segui viagem, para ver se podia conseguia encontrar os viseenses de roda de Cavaco Silva e da sua esposa, sorrindo e gritando "És o maior!", ou aqueles que se escondem a cara na sombra e de longe, gritam o famoso "Vai-te embora".
Mas quando cheguei à Praça da República, local onde algumas pessoas se iam juntando, deparei-me que o cortejo só começaria depois das cinco, visto que o carro negro só chegaria às cinco.
Como não tenho a vida de muitos, tive de desistir da ideia, voltando para casa, sem conseguir cumprir o meu objectivo.
Mas, a meio do caminho, encontrei um velho amigo e professor, que observava de longe a manifestação que tinha tomado posição ao fim da Rua Formosa, local onde iria passar o cortejo. numa troca de palavras, fiquei a saber que aquela manifestação, incorporava alunos do Colégio da Via-Sacra.
Descemos até à junto da manifestação, e falando com alguns conhecidos fiquei a saber que aquela manifestação tinha sido organizada pelos Encarregados de Educação dos alunos do Colégio da Via-Sacra e do Piaget.
Alunos sustentavam cartazes que diziam:
"Escola com contrato da associação = escola a tempo inteiro."
"Pela liberdade de ensinar e de aprender."
Os pais, vestiam camisolas brancas que contrastavam com os grandes cartazes do "Save Our Souls", que diziam que "A escola para o meu filho sou eu que a escolho".
Depois de mais algumas perguntas, soube que esta manifestação não era contra o nosso ilustre Presidente da República, mas sim uma demonstração de descontentamento.
Infelizmente não pude ficar para a chegada do Presidente da República e da Primeira Dama, mas gostaria de, como diz o verdadeiro português, "ser mosca".
Aguardo pela leitura das noticias da sua campanha eleitoral, amanhã bem cedo.
Ad majorem Dei gloriam!
Ismael Sousa
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